Redações de todo o País voltarão a colaborar para combater desinformação sobre políticas públicas em uma nova edição do projeto Comprova. Dessa vez, 24 veículos, incluindo o Estado, participarão da iniciativa. O caráter do trabalho será mais educativo, com o objetivo de dar visibilidade a assuntos que causam impacto na vida dos cidadãos brasileiros.
Será a primeira vez que um projeto colaborativo do tipo ocorre fora do período eleitoral. No ano passado, o Comprova verificou 146 conteúdos enganosos que circularam nas redes sociais sobre os candidatos à Presidência.
A coordenação é da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e da organização não-governamental First Draft. "As eleições acabaram, mas o Brasil continua polarizado", diz o editor do Comprova, Sérgio Lüdtke. "Nosso papel será trazer luz sobre temas de políticas públicas e mostrar o quais interesses estão por trás da desinformação".
A britânica Claire Wardle, diretora do First Draft e idealizadora do Comprova, afirma que é necessário se debruçar mais demoradamente sobre o conteúdo enganoso nas redes sociais. "Temos tanta desinformação todos os dias, não faz sentido os jornalistas entrarem em uma corrida maluca atrás de desmentir cada boato", disse. "A boa notícia é que com o Comprova podemos diminuir o ritmo e fazer investigações a longo prazo, mais aprofundadas, que podem ter maior impacto."
Durante o projeto, os veículos participantes trabalham de forma colaborativa, compartilhando fontes e outros elementos da apuração. Para publicar o conteúdo é preciso atingir um consenso entre a coalizão. O processo é chamado de "crosscheck". "São muitas redações com pontos de vista diferentes, o que enriquece o que vamos publicar", disse Lüdtke.
Além da verificação da veracidade de notícias na rede, o Comprova promoverá ações educativas, como a difusão de cursos online sobre o combate à desinformação. A iniciativa tem patrocínio do Google News Initiative, do Facebook Journalism Project e do WhatsApp.
O lançamento da segunda temporada do Comprova coincide com a divulgação de uma pesquisa sobre os resultados da atuação da coalizão durante o período eleitoral do ano passado, quando mais de 6,9 milhões de pessoas foram atingidas no Facebook, e foram registradas mais de 350 mil interações com o público no WhatsApp.
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