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PSB e Republicanos são os partidos com mais pré-candidatos a prefeito no ES

PSB e Republicanos são os partidos com mais pré-candidatos a prefeito no ES

Partidos do governador e do presidente da Assembleia Legislativa são os que mais apontaram nomes. Veja quantos candidatos ao cargo cada partido pretende lançar no ES

Publicado em 3 de agosto de 2020 às 16:01

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Sorridente, Casagrande sanciona projeto ao lado de um Erick Musso ainda mais sorridente
Renato Casagrande e Erick Musso: governador e presidente da Assembleia têm contribuído para que seus partidos atraiam mais pré-candidatos. (Helio de Queiroz Filho)

eleição de 2020 tem uma grande chance de ser uma das com mais candidatos a prefeito no século XXI no Espírito Santo. Ainda que muitas das 577 pré-candidaturas já apresentadas possam ficar pelo caminho, o número de candidatos caminha para ser superior ao recorde de 271 postulantes, registrado em 2012. 

Entre as siglas com mais nomes em disputa para os Executivos municipais está o PSB, do governador Renato Casagrande, com 52 nomes elencados. Já o Republicanos, do deputado federal Amaro Neto e do presidente da Assembleia LegislativaErick Musso, identificou 37 pessoas interessadas em disputar o cargo de prefeito.

Em terceiro lugar está o PSDB, do deputado estadual e presidente do partido Vandinho Leite, com 35 postulantes à vaga. 

A "fome" das legendas em abocanhar prefeituras em 2020 não é novidade. O PSB é o partido que conseguiu atrair mais prefeitos eleitos (passou de seis em 2016 para 13, em 2020, após trocas partidárias). O Republicanos passou de um para sete. Enquanto isso, o PSDB, que tinha eleito 13 no último pleito, viu seis deixarem o partido. 

Os três já são, ainda, os partidos com maior número de vereadores no Estado, fruto, segundo eles, de uma movimentação  de suas lideranças para filiar parlamentares municipais. 

Entre os outros partidos também com apetite para prefeituras em 2020, estão o MDB, com 34 pré-candidatos; o PP, com 31; além de Cidadania, Podemos, PDT e PT, com 30 postulantes ao cargo, cada um.

COMO O LEVANTAMENTO FOI FEITO

O levantamento dos pré-candidatos às prefeituras foi realizado pela reportagem de A Gazeta, considerando os nomes reconhecidos pelas executivas estaduais dos partidos.

Para o cientista político João Gualberto Vasconcellos, o número alto de pré-candidatos do PSB para as vagas de prefeito confirma a teoria comum na política brasileira, de que o partido que detém a máquina pública, neste caso o PSB, que está no governo estadual, acaba atraindo mais candidatos. Em 2016, o MDB, ao qual o então governador Paulo Hartung (hoje sem partido) estava filiado, se saiu como a sigla com mais prefeitos eleitos, conquistando 17 municípios.

"São os partidos que têm se antagonizado na política estadual. O PSB, por estar no governo e ter como principal liderança Casagrande. O Republicanos, que tem crescido de 2018 para cá, com a ida de Amaro Neto e Erick Musso para lá. E o PSDB, que com Vandinho Leite tem ido para um lado mais conservador de direita. Mas daqui até as convenções muitos nomes que estão aí não vão se sustentar. Muita gente pode compor chapa como vice-prefeito, ou mesmo ter se colocado nesta disputa para ganhar mais atenção, mas ficar com uma candidatura para vereador, como acontece em todas as eleições", prevê.

Em entrevista para A Gazeta, Casagrande disse que poderá participar de "uma ou outra campanha" nas eleições deste ano, mas não colocará "a mão forte do governo" para tentar definir o pleito nos municípios. "Minha posição não pode se limitar à posição do meu partido. É meu partido, mas tenho diversos aliados e tenho que respeitar esses aliados", contou, no mês passado.

Contudo, lançar mais candidatos na eleição municipal pode se tornar "o ovo da serpente" para o partido, ou seja, trazer prejuízos para a sigla. Para o cientista político Fernando Pignaton, disputar mais prefeituras significa ter mais concorrentes, algo que pode desgastar aliados de Casagrande em outros partidos.

"Um pouco desse desgaste da base aliada do governo nós já vimos no final do ano passado, com a eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa. É claro que o foco dele é no Estado, mas essa coalizão que o governador tem buscado construir com outros partidos, como o Cidadania, o Podemos e o PP, pode ser desgastada pelo projeto do PSB nas eleições deste ano. E o resultado disso também poderá mudar os rumos que cada um desses partidos tem pensado para 2022", pontua.

POLARIZAÇÃO LULISMO X BOLSONARISMO NÃO DEVE PEGAR NO ES

Para Pignaton, os números de pré-candidatos por partido no Espírito Santo mostram que a eleição municipal anda em um caminho paralelo à política nacional, apesar de não estar totalmente desconectado. Ele observa que a polarização do último pleito, entre apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (na época no PSL, hoje sem partido) e do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), não impactaram em uma "soberania" desses dois grupos políticos na atração de candidatos no Estado.

"É verdade que muita gente se elegeu em 2018 por apoio a Bolsonaro, mas isso não está se mostrando decisivo na eleição local", avalia. Apesar de o vereador Carlos Bolsonaro e do senador Flávio Bolsonaro, filhos do presidente, estarem no Republicanos, Pignaton acredita que o crescimento do partido no Estado se deu muito mais pela atração do Amaro Neto e de Erick Musso do que por alguma aproximação com o presidente da República.

"O PSB não é lulista e nem o Republicanos, apesar de tender à direita e ser mais conservador, está fundamentado no bolsonarismo", analisa.

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