O PSB, partido do deputado federal Felipe Rigoni, vai acionar o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados contra o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ). Pelas redes sociais, Silveira, que é defensor do governo Bolsonaro, questionava o parlamentar capixaba sobre a petição protocolada por ele e outros deputados para que o Supremo Tribunal Federal (STF) determinasse que o ex-ministro Sergio Moro fosse ouvido pela Polícia Federal.
O deputado fez uma analogia com a deficiência visual de Rigoni e escreveu que o parlamentar "no modo filosófico e moral" também era cego. Daniel Silveira é policial militar e ficou conhecido nacionalmente durante a campanha eleitoral de 2018, quando, em um ato pró-Bolsonaro, quebrou uma placa em homenagem à vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco, assassinada em março daquele ano. Ele esteve em Vitória no final de fevereiro, em um evento do Aliança pelo Brasil, partido que o presidente tenta criar.
A declaração feita por Silveira repercutiu mal na Câmara dos Deputados. A deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP) e o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que também assinam a petição levada ao STF, repudiaram a publicação.
"Rigoni vem construindo uma baita trajetória pelas pessoas com deficiência e por um país justo, desenvolvido e ético. Do seu mandato, só sei que foi obtido com condutas preconceituosas como essa", escreveu Tabata, em resposta a Daniel Silveira.
"É um concurso difícil, mas você provavelmente ganhou o prêmio de comentário mais ofensivo e preconceituoso dos últimos tempos", disse Vieira.
Rigoni afirmou que estuda processar o deputado pelo tuíte. "Ele tentou usar da minha deficiência para me atingir. É a normalização da barbárie. Não é desse jeito que irá se construir um país próspero. Além de poder ser encarado como crime de injúria, viola a lei de inclusão", pontuou.
Procurado pela reportagem, Daniel Silveira disse que não cometeu quebra de decoro e que questionou o parlamentar sobre a forma como ele buscou atacar o presidente Jair Bolsonaro.
"Processo por dizer que ele moralmente e filosoficamente ele era cego? Qual o problema nisso? O que eu quero dizer é que o modo moral de criticar Bolsonaro de maneira que ele tenha cometido crime quando ele não o fez, ele é moralmente cego. Isso não é quebra de decoro, é a minha opinião que ele é cego moralmente. Que crime que o presidente cometeu? É isso que eu quis dizer", afirmou.
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