Dez dias após aprovar uma resolução mantendo o senador Fabiano Contarato (PT) como pré-candidato ao governo do Espírito Santo, o PT estadual deve selar a retirada da pré-candidatura dele para apoiar a reeleição do governador Renato Casagrande (PSB). O acordo precisa passar por algumas formalidades partidárias, mas envolve a participação do PT em um eventual governo de Casagrande, na elaboração do programa de governo do socialista e a ajuda do PSB na coordenação da campanha do ex-presidente Lula (PT) no Estado.
A proposta de reprodução, no Espírito Santo, da aliança nacional entre PT e PSB foi reforçada pelo governador na reunião ocorrida na manhã desta terça-feira (12) com as direções executivas estaduais dos dois partidos. Contarato participou do encontro por meio de videoconferência. A assessoria do senador informou que ele não vai se manifestar sobre o assunto.
Durante o encontro, a direção do PT voltou a questionar a posição do governador sobre o apoio dele a Lula na disputa presidencial. Ele reforçou que seguirá o partido, que indicou o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB) para vice na chapa do petista.
Na segunda-feira (11), depois de confirmar sua pré-candidatura à reeleição, Casagrande enfatizou que pedirá votos para Lula e somente para ele na disputa presidencial. “O candidato que o meu partido apoia é o Lula, então é ele que eu recebo aqui em um ato”, ressaltou, na ocasião.
Assim como os dirigentes petistas, muita gente no mercado político tinha dúvidas sobre o quão enfático o governador poderia ser no seu apoio a Lula, uma vez que ele pretende fazer “a aliança mais ampla que puder” para tentar se reeleger. Seu arco de aliados inclui o PP, aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), o PDT do ex-governador do Ceará Ciro Gomes e o MDB da senadora Simone Tebet, todos pré-candidatos à Presidência da República.
O cenário de parceria entre PT e PSB já era desejado pelas direções nacionais dos dois partidos e ficou mais próximo de se tornar realidade há quatro dias, quando o ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB) confirmou que concorrerá ao Senado e se retirou da disputa ao governo para apoiar o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) para governador.
Com isso, as direções estaduais dos dois partidos voltaram a se reunir nesta terça-feira para avançar na discussão da aliança. O governador e o PSB reforçaram todos os itens oferecidos para que a parceria seja confirmada. A participação na elaboração do plano de governo é o primeiro deles, seguido do posicionamento claro do governador quanto à disputa presidencial, da ajuda do PSB para elaborar uma frente pró-Lula no Estado e da garantia de espaço para o PT na montagem de um eventual governo de Casagrande, se reeleito.
Os pontos previstos no acordo agora precisam ser aprovados pelo diretório estadual do PT. Sendo aprovados, o nome de Contarato será retirado da disputa ao governo, assim como os dos pré-candidatos ao Senado Reinaldo Centoducatte, ex-reitor da Ufes, e Célia Tavares, ex-secretária de Educação de Cariacica.
A expectativa interna é de que o acordo seja confirmado, ainda que possa haver algumas resistências da militância do PT, pois a prioridade máxima do partido é eleger Lula presidente, algo que o PSB garantiu que irá se empenhar no Estado.
“Eles (do PT) assumiram a responsabilidade de nos dar uma posição. Agora estamos aguardando a posição do PT. Eles precisam tomar uma decisão no diretório deles e vamos aguardar”, ressaltou o presidente estadual do PSB, Alberto Gavini.
O PSB pediu ao PT que comunique a decisão do partido até o final desta semana. A presidente estadual do PT, Jackeline Rocha, foi procurada para comentar os próximos passos para selar a aliança entre PT e PSB, mas informou que estava em uma reunião e que retornaria mais tarde. Procurada novamente, ela não atendeu e não deu retorno até o momento.
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