Imagine ter um emprego com direito a R$ 191.335,87 por mês, incluindo salário de R$ 33.763, auxílio-moradia de R$ 4.253 ou um apartamento funcional, mais de R$ 110 mil para bancar até 25 assessores, passagens aéreas, aluguel de escritório, de carros e ainda uma ajuda de custo equivalente ao valor do salário para se mudar no início e no final de quatro anos.
Parece um sonho distante para muitos brasileiros, mas essa é a realidade dos 10 deputados federais eleitos para representar o Espírito Santo na Câmara dos Deputados.
Embora conseguir se eleger deputado federal não seja uma tarefa fácil, os benefícios a que cada um tem direito são vastos e costumam ganhar destaque porque destoam em muito da realidade da população que os elege para representá-la. Eles são chamados de representantes do povo porque o número de vagas para cada Estado varia conforme a população. Por isso, o Espírito Santo tem direito a 10 representantes, enquanto Minas Gerais tem 53 e São Paulo, 70.
O custo mensal de R$ 191.335,87 por deputado federal, calculado por A Gazeta, só vale para os do Espírito Santo, já que a cota parlamentar varia conforme o Estado, por levar em consideração a distância entre Brasília e o local do eleito. Para os parlamentares capixabas, a cota é de R$ 37.423,91.
Essa cota pode ser usada para custear despesas com passagens aéreas, postagens, telefonia, aluguel e manutenção de escritório na base do deputado, até R$ 6 mil com combustíveis, até R$ 8,7 mil com segurança particular e serviços de consultoria.
Considerando os gastos citados, isso significa que o custo do mandato de cada parlamentar capixaba por quatro anos na Câmara dos Deputados é de R$ 9.184.122,00.
Nesse custo não estão incluídas as despesas com saúde do deputado federal, pois a utilização pode variar muito entre os membros da bancada federal. Eles têm à disposição o Departamento Médico da Câmara para utilização própria e de seus dependentes, mas também são beneficiados com reembolso de despesas médico-hospitalares ou podem optar por um plano de saúde com cobertura nacional para eles e seus dependentes, com custo mensal de R$ 630 e coparticipação de 25% por despesa médica, também reembolsável.
No caso de reembolso, o limite por parlamentar é de R$ 135,4 mil e não inclui dependentes. Acima disso, depende de avaliação da Mesa Diretora e disponibilidade no orçamento da Casa, mas há casos registrados na Câmara dos Deputados de reembolso de mais de R$ 2 milhões.
As informações sobre os benefícios previstos aos deputados federais e quanto cada um gastou as cotas a que tem direito estão detalhadas em gastos parlamentares, na página de Transparência do site da Câmara.
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