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Quem é o capixaba braço direito do governador do Rio, Wilson Witzel

Quem é o capixaba braço direito do governador do Rio, Wilson Witzel

Ex-aluno de Wilson Witzel no ES, o advogado Lucas Tristão comanda o Desenvolvimento Econômico do Estado do Rio: "Sou soldado do governador", diz

Publicado em 16 de setembro de 2019 às 07:54

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Lucas Tristão é advogado capixaba e secretário de Wilson Witzel, governador do Rio de Janeiro. (Luis Simpson)

Desde o início da gestão de Wilson Witzel (PSC-RJ) no Rio de Janeiro, está sob a responsabilidade do advogado capixaba Lucas Tristão, de 32 anos, nada menos do que a pasta de Desenvolvimento Econômico e Geração de Emprego e Renda de um Estado que prevê despesas da ordem de R$ 80 bilhões para este ano.

Natural de Vitória, Tristão goza da total confiança do ex-juiz federal. Ambos se conheceram no curso de Direito da Universidade de Vila Velha. Witzel, que trabalhou como magistrado no Espírito Santo, foi professor do seu agora secretário.

"Eu tirei nota 1 na primeira prova que o governador me aplicou. Sempre tive facilidade nas matérias. Ali encontrei uma dificuldade. Pedi ajuda. Ele foi duro e falou o que eu precisava escutar. Ele me ensinou a estudar. Depois tirei 10 e 10", conta Tristão.

Quando Witzel decidiu abrir mão da magistratura, ele e Tristão formalizaram sociedade em escritório de advocacia. A parceria foi mantida quando o ex-juiz decidiu disputar a eleição para governador do Rio. "Sempre tive nele uma referência intelectual e profissional", diz o advogado especialista em tributação e recuperação de empresas.

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Tristão prestou serviços advocatícios para o então candidato e, mais tarde, foi transformado em coordenador da campanha. Mudou-se para o Rio em agosto do ano passado. Acompanhando as agendas e buscando financiamentos, começou a conhecer o Estado de verdade.

"Minha vivência era o Centro, o Judiciário, a Região Sul fluminense, que era onde se concentravam meus clientes. Na campanha, tive que rodar a Baixada, Zona Norte, Zona Oeste. Foi uma experiência bem desafiadora", lembra.

Também foi uma completa novidade para o secretário a obrigação de atuar nas áreas de petróleo e gás, esteios da economia fluminense inseridos no guarda-chuva do Desenvolvimento.

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O secretário capixaba sofreu críticas por conta de sua atividade profissional anterior. Ele foi advogado de Mário Peixoto – citado em delações da Lava Jato no Rio – em processos do empresário contra o próprio governo fluminense. Witzel peitou as acusações de conflito de interesses e nomeou o pupilo.

"Ele me perguntou: 'E aí, doutor Lucas, o que você deseja?'. Eu disse que só queria ser amigo do governador, aquilo que já era", lembrou, antes de completar: "Ele teve a luz de me encaixar no lugar em que eu tive facilidade de me adaptar e de aprender".

Lucas Tristão garante que adaptou-se rápido e que todas as atribuições da secretaria já estão sob total domínio. Em novembro, o Supremo Tribunal Federal vai analisar a validade de uma lei que altera a distribuição de royalties de petróleo. Ela reduziria repasses para Estados e municípios produtores de petróleo e secaria receitas preciosas para Rio e Espírito Santo.

"Há iniciativas conjuntas das secretarias e procuradorias de RJ, SP e ES. Se nossa tese for vencida, vai acabar com o Orçamento do Rio, que já não é superavitário há alguns anos. Enfrentamos crise fiscal aguda. Temos exposto a situação aos ministros do STF. Quando a economia entra em crise e o preço do barril de petróleo cai, o desempregado fica no Estado. É o Estado que tem que prover saúde e resolver vários problemas sociais", comenta Tristão.

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Wilson Witzel foi eleito sob a bandeira da tolerância zero com a corrupção e da linha duríssima contra os crimes nos morros do Rio. Era o não político arregaçando as mangas para arrumar as bagunças deixadas no Estado por quatro ex-governadores que foram parar atrás das grades.

A influência política e partidária em gestões é inevitável. A imprensa fluminense noticiou rusgas provocadas por buscas por espaços na administração entre Tristão e pastor Everaldo, dono do PSC e candidato à Presidência em 2014.

Questionado sobre o episódio, o secretário diz que o que foi publicado sobre ele e Everaldo não passa de "fofoca". Alega manter diálogo com parlamentares porque "ninguém governa sozinho", mas "sem aparelhar a máquina".

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"A democracia é a pior forma de governo, exceto todas as demais. Todos os que estão na Assembleia ou na Câmara, sejam do PSOL, do PSC, do PSL, merecem respeito. Têm que ser tratados com dignidade e são atendidos na secretaria. A política é feita de debates, de construção de ideias. O debate enriquece", diz.

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Apesar do verniz político na resposta, Lucas Tristão garante não ter interesse eleitoral. "Não tenho essa pretensão (de disputar eleição em 2020 ou 2022). Sou soldado do governador Witzel. A ordem que ele me der eu cumpro", ressalta.

O secretário também não tem no radar voltar à terra natal. Quer continuar caminhando com o ex-professor, o neófito na política que já vislumbra a Presidência da República. "Se ele me convocar (para trabalhar em Brasília), estou à disposição."

Logo após a nomeação, Tristão anunciou uma auditoria na isenção fiscal oferecida às empresas, na casa dos R$ 6 bilhões.

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"É um processo contínuo. As empresas que gozam ou solicitam isenções sofrem auditoria in loco. Temos promovido uma caça às empresas fantasmas que se instalam para conseguir incentivo sem gerar emprego e renda aqui. Também temos feito pente-fino para excluir devedoras do Fisco", frisou.

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Ocupando a função-chave no Estado do Rio, acredita que a atual gestão tem oferecido o que é necessário para melhorar o ambiente de negócios e, consequentemente, gerar emprego e renda.

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