A senadora do Espírito Santo Rose de Freitas (Podemos) anunciou no plenário do Senado nesta terça-feira (12) que vai se licenciar do cargo pelo período de quatro meses para tratamento médico. Em seu lugar assumirá seu primeiro suplente, Luiz Osvaldo Pastore (MDB), a partir do dia 20. Após uma sequência de exames nos últimos dias, ela descobriu estar acometida por uma infeção bacteriana, chamada riquétsia, causada pela picada de um carrapato, e declarou que há dois anos enfrenta dificuldades de locomoção.
Durante o discurso, Rose se emocionou e agradeceu ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), e aos senadores Tasso Jereissati (PSDB-CE), a quem disse ser "o mais responsável pela atitude que estava tomando", e Eduardo Braga (MDB-AM).
"Vou conter minha emoção. Vou dizer o que eu diria na próxima quarta-feira. Tenho lutado muito pela minha saúde. Não tem sido fácil. Uma vez, tive os olhos do senador Tasso sobre mim, do Braga, e a presença do Davi em meu gabinete, dizendo: 'chega. Saia daqui e vá cuidar de sua saúde'. Eu tenho tentado. Exames todas as semanas, de 3 a 4 vezes tirando amostras de sangue. E o último chegou em minhas mãos e deu positivo novamente. Tenho dificuldade de caminhar, mas não tenho dificuldade de pensar. Agradeço por tantos apelos feitos por minha família, meus amigos, todos que aqui estão", declarou.
Rose também falou das dificuldades enfrentadas para um tratamento específico para seu caso. "Não aguento mais segurar no braço de quem quer que seja. E com muito carinho isso tem sido feito por mim. Eu contraí uma doença e quero explicar isso agora. Acho que algum adversário colocou um carrapato no meu bolso e ele tinha uma bactéria, e eu contraí uma doença chamada riquétsia. Há dois anos, eu achava que eram pneumonias repetitivas e consultei os melhores médicos do país, encontrei os mais sábios, e esse país há muito tempo não investe em pesquisas científicas. A área de infectologia é uma área restrita a poucos que se dedicam a ela e ganham muito mal, a não ser que tenham clínica especializada", disse.
A senadora disse estar otimista com o tratamento. "Estou indo com determinação de voltar aqui andando com liberdade, pensando sem me assustar, e não tendo a sofreguidão que estou tendo agora."
Durante a sessão em que anunciou a saída, Rose também apresentou aos colegas seu suplente, Luiz Pastore, que estava no plenário.
"Em 32 anos, nunca me ausentei dessa Casa. Sem férias, sempre pegando no pé das pessoas. Acredito sobretudo em Deus. Mas chegou a hora de eu me ausentar do Congresso. Tenho um pedido a fazer. Quero apresentar, se encontra aqui o Pastore, que estará com os senhores a partir do dia 20, foi suplente do [Gerson] Camata. Aqui nesse plenário está uma pessoa que quando Paulo Hartung tinha um candidato, Renato Casagrande tinha outro, e só o povo olhava para mim, ele disse: 'vou caminhar com você'. Eu não o conhecia. Olhei para ele, e com empresário tenho uma certa desconfiança, e todos falaram dele como um homem de bem. Está aqui o Pastore. Não é uma mulher, gostaria que fosse, mas o lado dele feminino vai falar na hora necessária", declarou.
Luiz Pastore é filiado ao MDB de Vila Velha, no Espírito Santo, desde 1986. Ele é empresário do setor de importação e transformação de cobre e alumínio, já foi suplente do ex-senador Gerson Camata (1941-2018) e chegou a assumir uma cadeira no Senado entre 2002 e 2003.
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