Após uma estadia curta, de pouco mais de dois anos, no Podemos, e um período sem filiação partidária, a senadora Rose de Freitas está de volta ao MDB. A parlamentar participou, virtualmente, na tarde desta terça-feira (12), da cerimônia de filiação. Rose retorna para a sigla em que passou a maior parte de sua vida política. Na eleição para deputada estadual, em 1982, por exemplo, já estava na legenda.
O diretório do MDB no Espírito Santo, que passa por uma crise e um racha desde a saída do ex-governador Paulo Hartung (sem partido), em 2018, enviou uma nota desejando boas-vindas à parlamentar.
Rose, ainda antes de formalizar a filiação, afirmou que poderia assumir a presidência da sigla no Estado, em uma tentativa de reestabelecer a força partidária no território capixaba.
O diretório destacou que a senadora retorna em um momento decisivo para a eleição da Mesa Diretora do Senado. O MDB tem Simone Tebet (MT) como candidata à presidência, em disputa com Rodrigo Pacheco (DEM-MG), nome apoiado por Alcolumbre e Bolsonaro.
O líder do Congresso esteve no Espírito Santo na segunda-feira (11) e trouxe Pacheco para almoçar com o governador Renato Casagrande (PSB). Apenas o senador Marcos do Val (Podemos) participou e declarou apoio ao candidato de Alcolumbre.
"A direção estadual do MDB do Espírito Santo dá as boas-vindas à senadora Rose de Freitas, que retorna hoje ao MDB. Rose, que foi eleita senadora pelo partido em 2014, hoje retorna num momento importante para o MDB na disputa pela presidência do Senado Federal", diz a nota do partido.
A parlamentar deixou o MDB em abril de 2018, ano em que concorreu ao governo do Estado. Na carta em que anunciou a desfiliação, deixou claro que estava "triste e incomodada", mas que deixava a legenda após declarações dos líderes partidários de que o então governador Paulo Hartung (agora sem partido), seria o nome do partido para disputar a reeleição. Hartung acabou não sendo candidato, mas anunciou isso apenas meses depois.
Na ocasião, a senadora foi para o Podemos, partido em que permaneceu até setembro de 2020. A saída da parlamentar da sigla se deu após ela defender uma proposta que possibilitaria a reeleição do atual presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O Podemos foi contra.
Pelo posicionamento, Rose foi suspensa do partido e, quatro dias depois, ela mesma anunciou sua desfiliação.
A reportagem tentou contato com Rose nesta terça para saber como fica a correlação de forças no partido em âmbito estadual, mas ela se manifestou apenas por meio de nota sobre a filiação.
“A minha decisão vem do compromisso que supera todas as outras vontades e manifestações de cunho absolutamente pessoal. Veio da decisão de fortalecer na correlação de forças do Congresso Nacional a posição do meu Estado e das necessidades de investimento no Espírito Santo”, afirmou, no texto enviado à imprensa.
“Nós vimos (em relação à pandemia). É um caos de versões, são decisões desencontradas, muitas vezes um certo deboche à situação da pandemia e à vida dos brasileiros. Então, antes disso (definir a filiação), eu propus ao partido que a gente se mobilizasse intensamente para debatermos todos esses patamares de decisão. Cobrar decisões mais rápidas do governo, bem como estabelecer pauta de prioridades para que o país volte a ter emprego e desenvolvimento”, pontuou a senadora.
O ex-deputado federal Lelo Coimbra, que está à frente do MDB no Espírito Santo, também foi procurado, mas não deu retorno.
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