Após pouco mais de um ano, o diretório estadual do MDB no Espírito Santo vai deixar de estar sob intervenção da Executiva Nacional do partido. No próximo dia 17 de março, se encerrará a comissão interventora, formada por emedebistas de fora do Estado, e uma nova comissão composta por filiados capixabas da sigla e presidida pela senadora Rose de Freitas (MDB) vai assumir o diretório provisoriamente, até a realização de novas eleições.
As informações estão em uma ata interna de uma reunião do partido, à qual a reportagem de A Gazeta teve acesso. No documento, que descreve uma série de anúncios do presidente nacional do MDB, o deputado federal Baleia Rossi (MDB-SP) informa que a Executiva decidiu que uma nova comissão deverá ser formada até o dia 17, "com a participação obrigatória da senadora Rose de Freitas (MDB) na escolha dos nomes."
A Gazeta apurou, com fontes graduadas do MDB nacional, que a presidência do diretório estadual foi um dos termos para que Rose de Freitas retornasse à sigla. O pedido foi atendido em decisão da Executiva Nacional. Rose assinou a filiação ao MDB em janeiro de 2021, após ficar pouco mais de dois anos no Podemos.
A senadora confirmou à reportagem que os novos integrantes deverão ser de filiados do Estado, mas nega que já esteja definido que ela vai presidir o diretório estadual. De acordo com Rose, os nomes ainda não estão definidos. Ela e Baleia Rossi devem ter uma reunião nos próximos dias para tratar do tema.
"Serão pessoas do Espírito Santo. Vamos formar uma comissão provisória para trazer o partido de volta às atividades normais. Perdemos muitos filiados neste período e precisamos começar a nossa estratégia para as próximas eleições. Eu e Baleia vamos conversar sobre isso, mas é difícil ter espaço na agenda no meio dessa pandemia", disse a parlamentar.
A senadora passou a maior parte de sua vida no partido, desde que se elegeu deputada estadual em 1982. Ela mesma já tinha afirmado, ao colunista Vitor Vogas, que era provável que assumisse a presidência do partido.
A saída de Rose do MDB, em abril de 2018, foi por ela não ter a garantia da sigla para disputar a eleição para o governo do Estado. Na época, ela disse, em carta, que estava "triste e incomodada", mas que deixava a legenda após líderes do partido darem a vez a Paulo Hartung (hoje sem partido), que, meses depois, anunciou que não tentaria a reeleição. Pelo Podemos, Rose de Freitas ficou em quarto lugar na eleição para o governo estadual, com 5,47% dos votos.
A parlamentar assume o partido após um período de caos no diretório estadual. Em declínio, o MDB elgeu em 2020 apenas oito prefeitos e não terá na Grande Vitória um representante sequer, nem nas prefeituras, nem nas câmaras municipais.
Desde a saída de Paulo Hartung, em 2018, o partido se rachou em dois blocos, um liderado pelo ex-deputado federal Lelo Coimbra e outro liderado pelo também ex-deputado federal Marcelino Fraga e o deputado estadual José Esmeraldo, que foram expulsos da sigla.
Lelo e Marcelino disputaram a liderança estadual da sigla em 2019, mas a eleição interna foi parar na Justiça e o diretório estadual esteve sob intervenção da Executiva nacional desde março do ano passado. O interventor é o prefeito de Duque de Caxias, município da Baixada Fluminense, Washington Reis (MDB-RJ).
Na prática, quem liderou o partido no processo eleitoral de 2020 foi o ex-presidente do diretório estadual Lelo Coimbra. É ele, também, quem vinha conduzindo a estratégia do partido para 2022. O MDB deve lançar um nome para o governo do Estado, o prefeito de Linhares, Guerino Zanon (MDB), e o ex-prefeito da Serra, Audifax Barcelos (Rede), é um dos nomes cotados pela sigla.
Rose assume na próxima semana sem uma data definida, ainda, para seu mandato. O objetivo é que ela conduza o diretório até a próxima eleição, também sem data agendada.
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