A partir do início do ano que vem, o Centro de Vitória estará mais movimentado e organizado para receber seus frequentadores e turistas. É isso o que garante o governo do Estado, que já iniciou o processo de transferência de toda a sua sede administrativa para a região. Para além das secretarias do Executivo, que deverão migrar aos poucos para lá, outras mudanças já estão previstas, como a implantação de um estacionamento na Cidade Alta.
A preparação do espaço já foi iniciada. O futuro estacionamento ficará exatamente atrás do Palácio Anchieta, onde um imóvel, que não estava sendo utilizado, foi demolido. De acordo com a secretária estadual de Gestão e Recursos Humanos, Lenise Loureiro, o objetivo da obra é por fim a um estacionamento irregular em torno de uma praça que fica na região, prejudicando, inclusive, a exploração de seu potencial turístico.
A previsão da Secretaria de Estado de Gestão (Seger) é que a obra seja concluída até o final de 2020. Depois, o espaço deve ser concedido à iniciativa privada, que poderá fazer novos investimentos.
O benefício vai ser a retirada das vagas da praça João Clímaco (que fica em frente à entrada do Palácio Anchieta). Vamos organizar a Cidade Alta, torná-la mais bonita para os turistas, promete Lenise.
Para a secretária, o compilado de mudanças e ocupações vem justamente com o objetivo de revitalizar a região. Quanto mais espaços ocupados nós tivermos, mais vida teremos nos ambientes e mais segurança oferecemos para a cidade. O propósito de levar as estruturas administrativas para o Centro é de economizar, mas também atrair pessoas, fazendo elas circularem e se sentirem pertencentes a Vitória.
Este pode não ser o único estacionamento criado. Conforme explica a secretária, o governo vem discutindo a possibilidade de lançar editais para a ocupação de imóveis térreos no Centro que também possam virar estacionamento para prédios públicos que não possuam vagas. Tais locais, contudo, poderão ser abertos para uso dos cidadãos.
Lenise cita o exemplo do edifício RuralBank, na Praça Oito, como um dos possíveis contemplados. A intenção é que a Secretaria de Estado de Turismo (Setur) seja abrigada nele após uma reforma. É um edifício com uma vista muito bonita, mas que foi construído há muito tempo e não tem vagas, diz Lenise.
OCUPAÇÃO DE PRÉDIOS
A intenção do governo é concentrar todas as suas secretarias em um só lugar, não só para facilitar a oferta de serviços, mas também para poupar dinheiro, já que os aluguéis no Centro são mais baratos em relação a outras regiões. A partir do primeiro edital lançado para encontrar espaços adequados, algumas mudanças já estão engatilhadas para o ano que vem.
Enquanto a Secretaria de Estado de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano (Sedurb) ocupará uma área de 1.465 metros quadrados no Edifício Ames (próximo à Avenida Beira Mar), uma área de mais de 4 mil metros quadrados será alugada no Edifício Trade Center, na Avenida Jerônimo Monteiro, para abrigar o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf) junto com a Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh). A economia anual com aluguel será de R$ 1,1 milhão.
Um segundo certame já foi lançado e encerrado esta semana. A expectativa é que, aos poucos, sejam identificadas áreas para abrigar diferentes pastas, como as secretarias de Saúde, de Desenvolvimento e de Educação.
PRÉDIOS CEDIDOS
Mas o governo também pretende vender ou ceder prédios de posse do Estado para movimentar a região. Dois imóveis (Edifício Micheline, na Praça Costa Pereira, e Edifício Portugal, na Avenida General Osório) estão sob avaliação da Embaixada Italiana, que poderá implantar uma agência consular no Centro, facilitando a vida de quem pretende obter o registro de cidadania italiana.
Voltando à Cidade Alta, o Palácio Anchieta ganhará mais um vizinho em suas imediações. Trata-se do Instituto Histórico e Geográfico do Estado, que se mudará para um prédio histórico do governo após um processo de reforma. O local, no passado, já foi a sede do Instituto dos Advogados do Estado.
REFORMA DO MERCADO DA CAPIXABA
Se de um lado o governo estadual promete ocupar espaços, do outro, a Prefeitura de Vitória também garante mais investimentos de sua parte para movimentar o Centro. Leonardo Krohling, diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento, Turismo e Inovação (CDV), aposta, por exemplo, na reforma do Mercado da Capixaba, na Avenida Princesa Isabel, que se transformará em um polo gastronômico. A Prefeitura já lançou um edital para que empresas apresentem projetos.
Outra possibilidade é a utilização do Clube de Regatas Saldanha da Gama. Embora não haja nada fechado, o local poderá ser usado pelo próprio governo para acampar parte de sua estrutura administrativa e promover ações culturais. Mas Leonardo não descarta a possibilidade de uso pela iniciativa privada. Segundo ele, o Executivo vem tentando conseguir recursos federais para reformar o local. Recentemente, a Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes) desistiu de assumir o Saldanha da Gama, onde seria construído um museu.
Krohling cita outros investimentos pontuais que já vêm sendo feitos, como a reforma da Escola Técnica Municipal de Teatro, Dança e Música (Fafi) e de duas habitações populares, a implantação de luzes de led nas ruas e a instalação de uma academia popular na Praça Getúlio Vargas.
Temos trabalhado muito para fomentar a cultura para as pessoas estarem na rua, afirma Leonardo.
AS MUDANÇAS FEITAS PELO ESTADO
Prédios alugados para abrigar secretarias
- Edifício Ames (próximo à Avenida Beira-Mar): abrigará a Sedurb. A ocupação ocorrerá no início do ano que vem. É uma área de 1.465 metros quadrados.
- Edifício Trade Center (Avenida Jerônimo Monteiro): área de 4 mil metros quadrados que poderá abrigar o Idaf e a Agerh.
Prédios que foram ou podem ser cedidos pelo governo para atividades de interesse público:
- Imóvel localizado na Cidade Alta, próximo à praça João Clímaco e ao Palácio Anchieta: será a nova sede do Instituto Histórico e Geográfico, após a realização de uma reforma.
- Edíficio Michelini (Praça Costa Pereira) ou Edifício Portugal (Rua General Osório): pode abrigar uma agência do Consulado Italiano no Estado. O consulado ainda avalia as propostas.
- Hotel Majestic: a Associação Alef Bet, entidade judaica, apresentou proposta de ocupação do local, que será avaliada pela Seger.
Estacionamentos
- Área atrás do Palácio Anchieta: está sendo preparada para receber um estacionamento. O objetivo é acabar com o estacionamento irregular ao entorno da Praça João Clímaco e do Palácio Anchieta.
- Outras áreas poderão ser criadas: O governo estuda a possibilidade de criar editais para conseguir terrenos térreos, que possam servir como estacionamento para prédios públicos que não os tenham. Mas também seria de acesso aos cidadãos. O edifício RuralBank, na Praça Oito, poderá ser um dos contemplados.
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