A disputa pelo comando da Assembleia Legislativa entra em uma semana de definição a partir desta segunda-feira (16). O governador Renato Casagrande (PSB) afirmou que pretende conversar com todos os parlamentares ao longo desta semana e, com isso, a expectativa é de que alguns cotados para presidir o Legislativo estadual ganhem força e outros sejam descartados.
A eleição vai ocorrer no dia 1° de fevereiro, mesmo dia da posse dos deputados estaduais. Ao todo, serão 16 novatos na Casa, entre os que assumem pela primeira vez ou retornam à Ales.
Os principais cotados para a Presidência da Assembleia até o momento são: o ex-secretário estadual de Governo Tyago Hoffmann (PSB); o deputado estadual reeleito Marcelo Santos (Podemos); o atual líder do governo na Casa, Dary Pagung (PSB); o ex-prefeito de Vitória João Coser (PT); e o deputado estadual reeleito Vandinho Leite (PSDB).
Enquanto Hoffmann e Vandinho estão na linha de frente de conversas com os futuros colegas de Plenário, Dary e Coser são vistos como alternativas.
Eleito para o primeiro mandato, Hoffmann tem experiência no Executivo e é aliado de primeira hora do governador, além de ser filiado ao mesmo partido. Esses fatores são utilizados pelos adversários para tentar miná-lo, pois alertam que alçá-lo ao cargo de presidente da Assembleia poderia fortalecer mais o Executivo em detrimento do Legislativo, tornando este Poder submisso àquele.
Vandinho vai iniciar o seu quarto mandato, foi secretário estadual de Esportes na primeira gestão de Casagrande (2011-2014), tem se articulado com os colegas e é do mesmo partido do vice-governador, Ricardo Ferraço (PSDB). É considerado um aliado do governo, mas no auge da pandemia se juntou com deputados de oposição para entrar em hospitais por sugestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O episódio pode pesar contra ele.
Dary Pagung passou a ter o nome especulado justamente pela boa relação que mantém na Casa, além de ter a confiança de Casagrande.
Por sua vez, Coser tenta vencer a resistência ao fato de ser um petista histórico no Espírito Santo, devido à composição mais à direita dos eleitos para a próxima legislatura. Contudo, traz no currículo o fato de ter governado Vitória por dois mandatos com uma ampla aliança partidária, o que mostra sua capacidade de articulação.
Já Marcelo Santos tem a seu favor - e também contra ele - o fato de estar no seu sexto mandato consecutivo. Ao mesmo tempo que isso lhe garante experiência e amplo conhecimento sobre os colegas e o funcionamento da Casa, também expõe os "vícios" que podem tirar as suas chances de encabeçar a chapa para a Mesa Diretora da Assembleia.
Ele é o atual vice-presidente da Mesa Diretora e já demonstrou interesse em presidir a Assembleia em outras oportunidades. Porém, nunca conseguiu ser o nome de consenso.
É justamente em busca de um nome que consiga aglutinar mais deputados e tenha resistência do menor número de parlamentares que Casagrande vai fazer as conversas com os parlamentares. Ele garantiu que não vai interferir na escolha, que quer ouvir dos deputados os nomes preferidos e defende que seja alguém que consiga manter a boa relação entre Executivo e Legislativo estadual.
Há mais de uma década a disputa para comandar a Assembleia tem sido marcada pela formação de chapa única, com apoio da ampla maioria e até da unanimidade dos deputados.
A partir das conversas desta semana, resta saber quem será esse nome em 2023.
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