O governador Renato Casagrande (PSB) afirmou que a soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aumentou a polarização política no país. Casagrande, porém, diz que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de impedir o cumprimento de pena após condenação em segunda instância está "correta tecnicamente" porque a Constituição Federal estabelece a presunção de inocência até o último grau de recurso.
"(A soltura de Lula) aumentou a polarização, aumentou os posicionamentos nos extremos tanto na extrema direita quanto na extrema esquerda. É preciso que quem tenha posições mais equilibradas possa buscar construir alternativas para a sociedade porque esse tensionamento da política que a gente observa há alguns anos no Brasil não colabora na construção dos avanços necessários", opinou o governador.
Apesar de entender que os ministros do STF acertaram ao interpretar que a Constituição não permite a antecipação do cumprimento de pena, Casagrande defende que o congresso discuta uma mudança nas leis para autorizar a prisão em segunda instância.
"Sou favorável que se tenha prisão em segunda instância, mas neste momento a Constituição Federal estabelece a presunção de inocência até o último grau de recurso. Sou a favor que o Congresso debata o tema. O próprio STF ficou dividido com relação ao tema. Se o congresso quiser mudar, mude. Mas hoje a decisão do STF está correta e ancorada na Constituição", complementou.
Solto na última sexta-feira (10), um dia após a mudança de entendimento do STF, o ex-presidente Lula tem defendido uma unidade entre os partidos de esquerda. Casagrande diz que o PSB não vai deixar de conversar com Lula caso o ex-presidente busque um diálogo. Destacou, porém, que o PSB deseja construir uma alternativa própria para a eleição de 2022. "Não significa que conseguirá construir, mas o PSB quer buscar uma posição de centro-esquerda que fuja dessa polarização que acaba empobrecendo o debate", contou.
Casagrande reassumiu o governo do Estado neste domingo (10). Ele ficou uma semana no exterior, em viagem à Europa, que teve como objetivo a captação de novas iniciativas tecnológicas. Na última semana, a vice Jaqueline Moraes (PSB) ficou à frente do governo como interina.
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