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STF marca data para julgar denúncia contra major do ES por trama golpista

STF marca data para julgar denúncia contra major do ES por trama golpista

Morador de Colatina, major da reserva do Exército Ângelo Martins Denicoli está chamado "Núcleo 4", na denúncia feita pela PGR

Publicado em 26 de março de 2025 às 20:12

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Angelo Martins Denicoli, major da reserva do Exército, alvo de operação da Polícia Federal no Espírito Santo por tentativa de golpe de Estado
Angelo Martins Denicoli, major da reserva do Exército, terá denúncia apreciada pelo STF. (Redes Sociais/Reprodução)

O Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para o dia 6 de maio a análise da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o quarto grupo de acusados de tentativa de golpe de Estado nas eleições de 2022. O chamado "Núcleo 4" tem o major da reserva do Exército Ângelo Martins Denicoli, morador de Colatina, no Noroeste do Espírito Santo, como um dos integrantes.

Em 18 de fevereiro, eles foram denunciados, juntamente com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pelos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, envolvimento em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

As investigações apontaram que o major integrava o Núcleo de Desinformação e Ataque às Urnas. De acordo com a denúncia do procurador-geral da República, Paulo Gonet, os integrantes propagavam notícias falsas sobre o processo eleitoral e realizavam ataques virtuais a instituições e autoridades, entre elas os ministros do STF.

STF marca data para julgar denúncia contra major do ES por trama golpista

No trecho que trata sobre o major do Espírito Santo, o procurador-geral conclui que ele compunha, "de maneira livre, consciente e voluntária, uma organização criminosa constituída desde pelo menos o dia 29 de junho de 2021 e operando até o dia 8 de janeiro de 2023, com o emprego de armas e utilização de violência e grave ameaça com o objetivo de impedir o regular funcionamento dos Poderes da República e depor um governo legitimamente eleito".

A reportagem tentou contato com Denicoli, por ligação telefônica, na noite desta quarta-feira (26), mas não obteve retorno até a conclusão desta matéria. A defesa do major não foi localizada.

Indiciado em 2024

Em novembro do ano passado, a Polícia Federal revelou o nome dos 37 indiciados, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na investigação que apurou a existência de uma organização criminosa responsável por atuar de forma coordenada, em 2022, na tentativa de manutenção do então presidente da República no poder. Angelo Martins Denicoli também integrava a relação divulgada pela PF na ocasião.

O relatório final da Polícia Federal foi encaminhado ao STF com o indiciamento dos investigados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.

A PF ainda informou, à época, que as provas que embasaram o relatório foram obtidas por meio de diversas diligências policiais realizadas ao longo de quase dois anos, com base em quebra de sigilos telemático, telefônico, bancário, fiscal, colaboração premiada, buscas e apreensões, entre outras medidas devidamente autorizadas pelo poder Judiciário.

STF recebe denúncia contra primeiro grupo

A denúncia contra os acusados do chamado “Núcleo 1” foi concluída nesta quarta-feira (26). Por unanimidade, a Primeira Turma recebeu a acusação contra os oito denunciados nesse grupo, denominado pela PGR de “Núcleo crucial” da suposta organização. Fazem parte do grupo o ex-presidente da República Jair Bolsonaro e os ex-ministros Anderson Torres (Justiça), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Paulo Sérgio Nogueira (Defesa) e Walter Braga Netto (Casa Civil), entre outros.

No caso dos que foram incluídos no “Núcleo 2”, a denúncia será analisada em 29 e 30 de abril. Fazem parte desse grupo ex-assessores da Presidência da República, policiais e militares, incluindo o general da reserva Mário Fernandes e o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques.

Já os acusados de integrar o chamado “Núcleo 3” terão a denúncia analisada em sessões reservadas para 20 e 21 de maio. Compõem o grupo militares da ativa e da reserva do Exército e um policial federal.

Na fase de apreciação das denúncias, o colegiado apenas verifica se a denúncia atende aos requisitos legais, com a demonstração de fatos enquadrados como crimes e de indícios de que os denunciados foram os autores desses delitos. Ou seja, a Turma avaliará se a acusação trouxe elementos suficientes para a abertura de uma ação penal.

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