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Temer admite que parte de reforma da filha foi paga por mulher de coronel

Temer admite que parte de reforma da filha foi paga por mulher de coronel

Em entrevista, presidente também disse que avalia apoiar uma candidatura de centro nas eleições deste ano

Publicado em 7 de maio de 2018 às 14:03

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Em entrevista que foi ao ar na noite deste domingo (06), o presidente da República, Michel Temer (PMDB), admitiu que parte da reforma da casa de uma de suas filhas foi paga pela mulher do coronel Lima, alvo de investigações e inquérito da Lava Jato. Delatores da JBS disseram que entregaram R$ 1 milhão em propina ao coronel, que é amigo do presidente. A suspeita é que esse dinheiro tenha sido usado para fazer obra no imóvel de Maristela Temer em São Paulo. Em entrevista ao SBT, o peemedebista disse que o pagamento foi legal e negou qualquer irregularidade.

Michel Temer (PMDB) na inauguração do novo Aeroporto de Vitória. (Vitor Jubini)

Na entrevista ao programa "Poder em foco", que foi ao ar na noite deste domingo, no SBT, Temer reafirmou que pode abrir mão de sua candidatura à reeleição para apoiar um nome de "centro". Ele indicou os nomes de possíveis aliados na campanha eleitoral. Segundo Temer, "se necessário", ele abriria mão da candidatura "com a maior tranquilidade".

Temer citou nominalmente Geraldo Alckmin (PSDB), Henrique Meirelles (PMDB), Flávio Rocha (PRB), Afif Domingos (PSD) e Paulo Rabello de Castro (PSC) como possíveis companheiros de chapa. Quando perguntado se havia esquecido Rodrigo Maia (DEM), Temer respondeu que também considerava o presidente da Câmara.

"Se nós quisermos ter o centro, não podemos ter 7 ou 8 candidatos. A classe política precisa se mobilizar para que escolha um nome de centro", afirmou o presidente.

Na sexta-feira (04), em entrevista à EBC, Temer fez declaração semelhante, mas não havia citado o nome dos possíveis aliados. No fim da semana passada, Alckmin telefonou ao presidente, segundo interlocutores do Palácio do Planalto, e ouviu de Temer que ele seria recebido para uma conversa sobre eventual aliança para a disputa presidencial. A ligação serviu para uma abertura dos diálogos neste sentido.

Sobre a possível candidatura de Joaquim Barbosa à Presidência pelo PSB, Temer disse que é um nome "bem recebido", mas não acredita que possa ter sucesso na campanha apenas "por ser negro" ou "porque foi pobre".

"Se me permite, eu não concordo com o fato de ele ser presidente porque é negro. Nem ser presidente porque foi pobre. Pobre eu também fui. Eu tive uma infância... parece que não, mas eu para ir à escola andava 6 quilômetros, para ir e para voltar. O Lula foi pobre. Não é esta razão que vai fazer com que fulano seja ou não seja presidente."

REFORMA

Temer também foi questionado sobre o inquérito dos portos, do qual é alvo. Mas não se sentiu confortável em falar sobre o assunto. Afirmou que a reforma da casa de uma de suas filhas, Maristela Temer, foi realizada com “absoluta licitude”.

"Eu lamento que estejamos conversando sobre isso ao invés de conversarmos sobre o Brasil."

Na última quarta-feira (02), a Polícia Federal (PF) colheu depoimentos no inquérito que trata do caso e investiga se Temer recebeu propina de empresas do setor portuário. O foco das oitivas foi aprofundar a apuração sobre a reforma, que teria sido bancada pelo coronel João Baptista Lima, amigo de Temer e acusado de receber dinheiro sujo em nome dele.

A PF ouviu fornecedores de serviços contratados para a obra.

"Foi uma reforma regularmente paga, regularmente esclarecida. Eu não tenho os dados do depoimento que ela prestou ontem (quinta-feira) ao delegado da Polícia Federal, mas soube que foi tudo pelas melhores", disse Temer.

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Sobre a recuperação da economia, Temer afirmou que o Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2018 dificilmente chegará a 3% - previsão inicial da equipe econômica. "Agora, a previsão é de 2,5% a 3%. Como agora se fala em 2,75%."

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