O presidente do Republicanos no Espírito Santo, Roberto Carneiro, foi sucinto ao comentar a prisão do agora prefeito afastado do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, um dos principais expoentes do partido.
"Temos que aguardar as apurações, temos pouco conhecimento do fato", afirmou, nesta quarta-feira (23). No mesmo dia, Carneiro foi anunciado como futuro secretário de Governo da Prefeitura de Vitória, que vai ser comandada, a partir de janeiro, por Lorenzo Pazolini (Republicanos).
O prefeito eleito não quis comentar a prisão de Crivella. Ao ser questionado pela reportagem de A Gazeta, Pazolini disse que não tinha o que declarar a respeito e passou a palavra a Carneiro.
O presidente estadual do Republicanos fez questão de dizer que a situação do partido no Rio é uma e, no Espírito Santo, outra:
"Ali é uma realidade diferente do que a gente vive. É um fato que a gente tem muito pouco conhecimento. A nossa realidade aqui é totalmente diferente. Nós, quando assumimos, o Republicanos tinha cinco contas atrasadas, nós regularizamos, temos todas as contas aprovadas nos tribunais. Então sobre o que foi feito no Rio, como temos pouco conhecimento, nos cabe acreditar nas instituições."
O presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo, Erick Musso, que também é do Republicanos, foi procurado pela reportagem, via assessoria de imprensa, que informou que ele não iria se manifestar.
O deputado federal Amaro Neto, outra figura de destaque do Republicanos no Estado, não atendeu às ligações de A Gazeta.
Crivella foi preso na terça-feira (22) em meio às investigações sobre um "QG da Propina" na prefeitura do Rio. O prefeito, de acordo com o Ministério Público, era o chefe do esquema. Empresários pagavam para ter acesso a contratos e para receber valores que eram devidos pela administração municipal.
A prisão, que ocorreu faltando nove dias para o fim do mandato de Crivella, é preventiva, para evitar que ele atrapalhe as apurações. Em setembro, durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão, por exemplo, o prefeito entregou aos policiais o telefone de outra pessoa e com um chip antigo, como se fosse o dele.
O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins, concedeu prisão domiciliar ao prefeito afastado e determinou que ele use tornozeleira eletrônica.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse, nesta quarta, que não comentaria "o mérito" da prisão de Crivella, a quem apoiou na campanha eleitoral. O prefeito acabou derrotado por Eduardo Paes (DEM).
"Prenderam o Crivella no Rio, não vou entrar no mérito, mas já vincularam a mim, porque eu apoiei o Crivella. Sim, apoiei. O MP do Rio é uma festa lá, nunca apuraram nada, mas politicamente sempre apuram alguma coisa", afirmou o presidente da República.
Dois filhos do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro e o senador Flávio Bolsonaro, são filiados ao Republicanos. Flávio foi denunciado pelo Ministério Público por outro esquema, o das rachadinhas.
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