Após ter ficado apenas dois meses como presidente do PDT no Espírito Santo, o advogado Sergio Eduardo Correa Vidigal, o Dudu Vidigal, que é filho do atual prefeito da Serra, Sergio Vidigal, quadro histórico da legenda, reafirmou à reportagem de A Gazeta, nesta quarta-feira (19), que decidiu deixar o comando da sigla. Segundo ele, o motivo da saída foi o fato de não concordar com o principal projeto político pedetista nas eleições municipais deste ano: a confirmação de Weverson Meireles como candidato a chefe do Executivo serrano.
A saída de Dudu da presidência do PDT, há pouco mais de uma semana, causou surpresa no meio político. O susto foi provocado, especialmente, pelo fato de o advogado ter tornado pública sua insatisfação com a aposta do partido no nome de Weverson como pré-candidato a sucessor de Vidigal na cidade. O filho do prefeito da Serra garante ter relação de respeito com o pai, mas garante que possui opinião própria. E sustenta que seu posicionamento não é algo pessoal contra o pré-candidato.
"O meu questionamento se refere unicamente à questão da competitividade, por se tratar de um nome novo na cidade. Não tenho nada contra o Weverson. E, inclusive, acho que isso do nome novo pode mudar, uma vez que a cidade também pode entender por algo fora da alternância Audifax Barcelos (ex-prefeito da Serra) x Vidigal", frisa Dudu, que continua filiado ao PDT.
Questionado se sua decisão de deixar a presidência do PDT em meio ao período de pré-campanha, com uma pré-candidatura que visa à sucessão do próprio pai no comando da Prefeitura da Serra em andamento, teria repercutido na relação com sua família, Dudu Vidigal voltou a reforçar que sua opinião não interfere na relação que mantém com Sergio Vidigal.
"As pessoas, às vezes, podem me considerar uma extensão do meu pai, mas tenho as minhas opiniões. Isso também não quer dizer que eu não o respeite. Amo o meu pai", afirma.
A pré-candidatura de Weverson Meireles à Prefeitura da Serra, como o nome do PDT e pupilo de Vidigal, tem gerado algumas especulações no mercado político.
Há atores que acreditam que até as convenções, previstas para começarem em 20 de julho e irem até 5 de agosto, quando as candidaturas deverão ser registradas, a atual configuração da chapa majoritária pedetista mude, inclusive com o atual prefeito encabeçando a composição, tendo Weverson como candidato a vice. Porém, Vidigal voltou a dizer, na terça-feira (18), que não há "a mínima chance" de ser candidato, em entrevista à colunista Letícia Gonçalves.
Dudu Vidigal confirma a decisão irredutível do pai. "Não tenho participado desse processo (de construção de chapa e candidaturas), mas, pelo que conheço do meu pai e por saber que é um homem de palavra, acho muito difícil ele voltar atrás nessa decisão", destaca.
Com a saída de Dudu Vidigal da presidência do PDT capixaba, o diretório nacional da legenda instituiu, na última sexta-feira (14), uma Executiva provisória, com validade até dezembro deste ano, cuja presidência foi atribuída a Sergio Vidigal. Antes de Dudu, quem presidia a sigla no Estado era Weverson Meireles.
Um dos membros da diretoria do partido afirmou à reportagem, nesta quarta-feira (19), que a ideia é que o diretório provisório fique ativo até o fim do segundo turno das eleições deste ano, previsto para 27 de outubro, segundo o calendário eleitoral. Weverson foi procurado para mais informações sobre sua pré-candidatura na Serra, mas não retornou os contatos feitos via ligação e mensagem de texto.
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