As mensagens enviadas pelo ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) ao senador Marcos do Val (Podemos-ES) indicam que havia mais pessoas envolvidas na trama golpista revelada pelo político capixaba. Inicialmente, Do Val havia dito que apenas ele, Silveira e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tinham se reunido em dezembro de 2022 para tratar do assunto e estariam cientes da história.
Porém, em mensagem enviada por aplicativo para Do Val, Silveira afirmou que o senador teria “a palavra e o respaldo de pessoas muito importantes e relevantes que decidiram não participar da conversa para não exporem ou assustarem”.
“No entanto, estão todos em uma esperança sem precedentes, pois somente com você o cenário da missão é possível, pois existe uma brecha aberta que não irá se abrir a ninguém”, continua a mensagem enviada pelo ex-deputado.
Embora tenha mudado as versões sobre como os fatos ocorreram, incluindo até o local onde a reunião foi realizada — à revista Veja disse que foi no Palácio Alvorada; já em entrevista à GloboNews afirmou que havia sido na Granja do Torto —, o senador capixaba manteve a informação de que o objetivo da sondagem feita a ele no encontro com Silveira e Bolsonaro tinha o objetivo de gravar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Com a gravação, eles pretendiam obter algo que comprometesse o ministro para possibilitar um golpe de Estado e impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Na quinta-feira (2), o senador prestou depoimento à Polícia Federal durante cerca de quatro horas para explicar o plano golpista que lhe teria sido proposto, em dezembro de 2022, por Silveira e Bolsonaro. Do Val afirmou que o primeiro contato foi feito por Silveira no dia 7 de dezembro e que a reunião entre os três teria ocorrido no dia 9 de dezembro, quando recebeu a proposta de gravar Alexandre de Moraes.
Para garantir ao senador que ele teria respaldo para fazer a gravação de Alexandre de Moraes, Silveira explica nas mensagens como seria feito o procedimento e que já tinha “escutas usadas pelas operações especiais”.
“Tenho veículo receptor que pode imediatamente reproduzir além da gravação e essa operação ficar restrita a um círculo de 5 pessoas. Três estavam sentados hoje conversando juntos (sic). Se aceitar a missão, parafraseando o 01, salvamos o Brasil”, afirma Silveira em mensagem enviada a Do Val.
Em entrevista à revista Veja, o senador do Podemos relatou que Bolsonaro teria dito que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) daria o suporte técnico à operação, fornecendo os equipamentos de espionagem necessários, e que já estava tudo acertado.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta