O deputado Marcelo Santos, atual presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), está deixando o Podemos, partido pelo qual foi eleito para o seu sexto mandato consecutivo, nas eleições de 2022. O desembarque do parlamentar ocorreu sem que ele tenha comentado oficialmente as razões pelas quais optou por deixar a legenda. Da mesma forma, o diretório estadual da sigla, presidido pelo deputado federal Gilson Daniel, tem falado apenas o essencial sobre o tema.
No entanto, nesta quarta-feira (12), a reportagem de A Gazeta teve acesso, em primeira mão, à carta de anuência do Podemos autorizando o deputado a deixar o partido sem a consequente perda do mandato por infidelidade partidária. O documento, inclusive, foi anexado à Ação de Justificação de Desfiliação Partidária protocolada por Marcelo Santos, no início deste mês, no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-ES), que dará o parecer final sobre em que circunstâncias o parlamentar deixará a agremiação.
Na carta assinada por Gilson Daniel e pelos membros da diretoria estadual do Podemos, é reforçado que Marcelo Santos está sendo liberado sem qualquer prejuízo ao seu mandato.
"Informamos ainda que o partido não tem interesse na vaga de deputado estadual ocupada por vossa excelência (o deputado), e não irá requerer a vaga de deputado estadual na via judicial, estando o deputado livre para se filiar a qualquer outro partido de sua preferência", diz trecho da carta.
Em outro trecho da carta, é informado que a Executiva nacional do Podemos foi cientificada do documento e não manifestou oposição à concessão feita ao deputado. Veja o documento abaixo:
Poucos dias após ter sido divulgada a saída de Marcelo Santos do Podemos, o mercado político começou a especular uma possível ida do presidente da Ales para o União Brasil, legenda atualmente presidida no Espírito Santo pelo secretário de Estado de Meio Ambiente, Felipe Rigoni.
Os movimentos de Marcelo Santos rumo à legenda têm ganhado corpo e interlocutores apontam até mesmo um suposto desejo do deputado em presidir o partido, mesmo com Rigoni consolidado no comando da sigla por mais três anos, segundo aponta o sistema de registros partidários do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na terça-feira (11), por exemplo, o parlamentar marcou presença na cerimônia de posse de Antônio Rueda como presidente nacional do União, evento do qual também participou o atual chefe da legenda no Estado.
Procurada pela reportagem nesta quarta-feira (12), a assessoria de Marcelo Santos destacou que a ida do parlamentar à posse de Rueda foi apenas mais uma agenda política cumprida por ele e que não há, ainda, qualquer definição envolvendo a escolha do partido ao qual ele deverá se filiar após a saída do Podemos.
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