Em 2020, ocorrem o primeiro e o segundo turno das eleições municipais em novembro. É comum que nos locais de votação haja filas e encontros casuais com pessoas conhecidas, isso sem falar no caminho até lá. A depender da distância, pode ser que o eleitor tenha que pegar um ônibus. Tudo isso gera interação que facilita o contágio pelo novo coronavírus, causador da Covid-19. Mas medidas foram adotadas pela Justiça Eleitoral para reduzir o risco. Os eleitores também podem colaborar.
Não é nada diferente do recomendado no dia a dia. A reportagem de A Gazeta destaca recomendações e regras, com base nos protocolos sanitários adotados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e na consultoria da médica infectologista Rúbia Miossi.
O uso de máscara será obrigatório no dia da votação. Mais do que uma recomendação, é uma regra estipulada pelo TSE que, inclusive, decidiu que aqueles que se negarem poderão ser retirados à força os locais de votação.
O uso de máscara é imprescindível porque o coronavírus pode ser transmitido pelo ar, por meio de gotículas expelidas por pessoas contaminadas. Quando duas pessoas usam a máscara, estão se protegendo para não serem contaminadas e, também, evitando contaminar outras pessoas.
O uso do face shield (escudo facial) não deve substituir a máscara de pano. A determinação do TSE diz que a máscara deverá proteger a boca e o nariz. No caso do face shield, a proteção seria para os olhos. Por isso, para votar e também para proteger a si e aos outros, a infectologista Rubia Miossi ressalta que "nada substitui a máscara de pano." O uso de face shield seria algo extra que, inclusive, não precisa ser feito por quem usa óculos.
Em seu protocolo sanitário o TSE garantiu que os locais de votação estarão equipados com álcool em gel. Isso é importante para higienização das mãos e também de objetos, como canetas. A infectologista recomenda, no entanto, que cada eleitor saia de casa portando um frasco próprio de álcool em gel.
Isso porque é importante higienizar as mãos sempre que elas tocarem qualquer superfície, como bancos e barras em ônibus, maçanetas de portas e, no dia da votação, a urna. Se o eleitor carregar o próprio álcool em gel, pode fazer a higienização antes e depois de entrar nos meios de transporte e antes e após a utilização da urna, que não será higienizada. Não se pode passar álcool na urna, ou isso poderia danificar o equipamento.
Uma das medidas tomadas pelo TSE para evitar filas, aglomeração e compartilhamento de objetos foi tirar a biometria do pleito de 2020. Sem ela, os eleitores terão que assinar o caderno de votação. Por isso, o ideal é que cada eleitor leve sua própria caneta, para evitar o compartilhamento do objeto. Diferentemente da máscara, essa não é uma obrigação, mas é altamente recomendado.
Caso não leve, o eleitor precisa se certificar de que a caneta que estará disponível na seção seja higienizada antes e depois de usá-la.
O TSE permite, e até recomenda, que os eleitores levem os números dos seus candidatos anotados em um papel. No caso da prevenção, essa é uma medida importante para evitar aglomerações em frente às listas que são disponibilizadas nas seções com os nomes e números dos candidatos.
Para evitar promover aglomerações, o recomendado é que os eleitores não levem acompanhantes que não votem na mesma seção. A médica ressalta que é importante evitar ao máximo levar crianças, uma vez que elas têm mais dificuldade de obedecer as regras de distanciamento estipuladas para a segurança de todos.
Nas filas e dentro da sala de votação, uma distância mínima de 1,5 metro deve ser respeitada, aponta a infectologista. O TSE fala em, no mínimo, 1 metro. Por isso, eleitores deverão apenas exibir, à distância, seus documentos com fotos ou a versão digital do título, que pode ser encontrada no aplicativo e-Título, para celulares.
Rúbia Miossi ressalta que é preciso ficar o menor tempo possível nas ruas. Em dias de votação, é comum que as pessoas encontrem conhecidos, o que pode estimular o contato físico. Por isso, ela recomenda que os eleitores permaneçam fora de suas casas apenas o tempo suficiente para votar.
Ao chegar em casa, o ideal é que se troque de roupas imediatamente e coloque as que foram usadas na rua para lavar. Assim, caso algum tecido esteja infectado não contamina outras superfícies da casa, como sofás, cama e cadeiras. O mesmo deve ser feito com a máscara e os sapatos.
A infectologista também ressalta que o uso de luvas não é recomendado, por dar uma "falsa sensação de segurança." Ou seja, ao usar luvas as pessoas podem perder a sensação de perigo e, sem querer, tocar olhos, nariz ou boca. Além disso, a luva impede que as mãos sejam higienizadas sempre que entrarem em contato com uma superfície. Nesse caso, é melhor usar o álcool em gel ou lavar as mãos com sabão e água e não levar as mãos ao rosto enquanto estiver na rua.
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