A maioria dos parlamentares capixabas na Câmara dos Deputados e no Senado Federal optou por votar para a presidência das duas Casas em candidatos apoiados pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). Somente Felipe Rigoni (PSB) e Helder Salomão (PT) votaram em Baleia Rossi (MDB) – apoiado por Rodrigo Maia (DEM) – para a presidência da Câmara e não escolheram o indicado por Bolsonaro, Arthur Lira (PP-AL), que foi o vencedor. Os deputados Ted Conti (PSB) e Da Vitória (Cidadania) não revelaram como votaram. Veja lista no final do texto.
Bolsonaro teve atuação intensa na eleição no Congresso. Ele apoiou Lira, na Câmara, e o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) – que também era o candidato do atual presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), – no Senado.
A votação nas duas Casas foi secreta. O levantamento de A Gazeta considera declarações dos próprios parlamentares sobre como se posicionaram.
Em janeiro, Bolsonaro acelerou o pagamento de emendas e liberou R$ 504 milhões para redutos eleitorais de deputados e senadores. O Executivo é obrigado a pagar essas emendas, mas o momento de liberação é feito a critério do que orienta o presidente. O volume pago às vésperas da eleição supera a média de todos os anos anteriores, de acordo com dados do Senado, corrigidos pela inflação.
Dos 10 deputados federais da bancada capixaba, ao menos seis votaram no líder do Centrão e agora bolsonarista Arthur Lira. Procurado pela reportagem a respeito de como se posicionou, o líder da bancada, Da Vitória, não respondeu. Ele chegou a publicar em redes sociais, após a eleição, uma foto ao lado de Lira desejando sucesso ao novo presidente.
Quem também não se manifestou publicamente foi Ted Conti. Em dezembro, ele havia dito que aguardaria o posicionamento do partido, mas não descartava apoiar o deputado do PP. O Cidadania e o PSB, partidos de Da Vitória e Ted, orientaram voto em Baleia Rossi.
Também socialista – apesar de mover processo para se desligar do PSB no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) –, Felipe Rigoni optou por Baleia. Principal opositor do governo Bolsonaro na bancada capixaba, Helder Salomão foi outro parlamentar que depositou voto a favor do candidato do MDB.
Na Câmara, no total, Arthur Lira foi eleito com 302 votos. Baleia Rossi recebeu 145. Em seguida, aparecem Fábio Ramalho (MDB-MG), com 21 votos; Luiza Erundina (PSOL-SP), com 16 votos; Marcel van Hattem (Novo-RS), com 13 votos; André Janones (Avante-MG), com 3 votos; Kim Kataguiri (DEM-SP), com 2 votos; e General Peternelli (PSL-SP), com 1 voto. Também foram registrados 2 votos em branco.
Já no Senado, houve consenso entre os três senadores do Espírito Santo. Fabiano Contarato (Rede) e Marcos do Val (Podemos) mantiveram o já anunciado apoio a Rodrigo Pacheco. Contarato, contudo, destacou que o voto se deu por “ausência de uma candidatura de oposição”. A outra candidata era Simone Tebet (MDB).
Rose de Freitas, que se filiou novamente ao MDB – após uma curta estadia no Podemos – havia dito à reportagem, no último dia 22, que avaliava votar na correligionária, a depender das propostas de Tebet para a Casa. Mas, após o próprio MDB ter retirado endosso à candidata, Rose optou por Pacheco.
No Senado, ao todo, Rodrigo Pacheco foi eleito com 57 votos. Simone Tebet alcançou 21.
A primeira versão deste texto informava, incorretamente, que o deputado federal Da Vitória (Cidadania) havia declarado voto em Arthur Lira (PP-AL) na eleição da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados. Da Vitória postou em suas redes uma foto ao lado do novo presidente, parabenizando-o pela vitória, mas, na publicação, não informou como votou. Ele também não respondeu aos questionamentos da reportagem sobre como se posicionou.
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