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Veja os candidatos a prefeito na Grande Vitória mais populares nas redes sociais

Veja os candidatos a prefeito na Grande Vitória mais populares nas redes sociais

Curtidas, comentários e compartilhamentos: o engajamento do público faz com que os candidatos cresçam no Facebook e no Instagram. Saiba quem acumula mais interações

Publicado em 5 de novembro de 2020 às 06:00

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Candidatos fazem publicações diárias para atrair engajamento do público
Candidatos fazem publicações diárias para atrair engajamento do público. (Pixabay)

Com as redes sociais tornando-se cada vez mais parte da rotina dos capixabas, a internet virou uma espécie de campo de batalha virtual em que os candidatos a prefeito na Grande Vitória também disputam a atenção dos eleitores. Alguns têm se saído melhor do que outros, conseguindo mais curtidas, comentários e compartilhamentos em suas postagens no Facebook e no Instagram, duas das redes sociais mais populares.

É o que aponta levantamento feito por A Gazeta com dados extraídos da ferramenta CrowdTangle, do Facebook. A plataforma mede a quantidade de interação que cada candidato tem em suas páginas e, também, a porcentagem de engajamento do público.

Na prática, ela soma a interação – curtidas, comentários e compartilhamentos – e calcula o percentual de engajamento colocando na conta a quantidade de seguidores e o número de publicações que são feitas diariamente. Os dados foram coletados às 20 horas do dia 3 de novembro, considerando os últimos 30 dias.

No Facebook, os candidatos Fabrício Gandini (Cidadania), que disputa a Prefeitura de Vitória, Max Fillho (PSDB), candidato à reeleição à Prefeitura de Vila Velha, e Euclério Sampaio (DEM), candidato a prefeito de Cariacica lideram, isolados, o ranking de interações.

Na disputa da Capital, Gandini, que é deputado estadual, teve mais de 40,6 mil interações, seguido pelo ex-prefeito João Coser (PT), com 27,9 mil. Para o levantamento, foi considerada a nova página do candidato e deputado estadual Capitão Assumção (Patriota) no Facebook, criada no dia 9 de outubro. A página anterior do candidato – que acumulava mais curtidas e interações – foi tirada do ar pelo próprio Facebook, por descumprimento de regras da plataforma. Agora ele aparece com pouco mais de 5 mil interações.

Em Vila Velha, Max Filho, atual prefeito, desponta com mais de 67 mil interações enquanto o vereador Arnaldinho Borgo (Podemos), que vem em seguida, teve pouco mais de 14 mil. Já em Cariacica, Euclério Sampaio, que está no quinto mandato consecutivo como deputado estadual, teve 36,5 mil enquanto Subtenente Assis (PTB), em segundo lugar, teve 26,5 mil.

Na Serra, diferentemente das demais cidades da Grande Vitória, a disputa pela liderança no Facebook está acirrada. O deputado federal Sergio Vidigal (PDT), que já foi prefeito do município por três vezes, teve 98,8 mil interações na plataforma, seguido, de perto, pelo deputado estadual Vandinho Leite (PSDB) que teve 93,3 mil. 

Já no Instagram, os mesmos candidatos despontam, com exceção da Capital. A página do candidato Capitão Assumção (que, do Instagram, não foi banida) teve quase 95 mil interações nos últimos 30 dias, sendo a conta com o maior volume de interação na plataforma entre todos os candidatos da Grande Vitória.

O bom desempenho nas redes, no entanto, não significa que o candidato terá um resultado positivo nas urnas. Nada garante, por exemplo, que as pessoas que interagem com as publicações são eleitores que votam na cidade em que os candidatos concorrem.

É preciso considerar o contexto, também, para interpretar os dados. A maioria dos candidatos que lideram são aqueles que já ocupam cargos eletivos, como os deputados estaduais Gandini, Vandinho, Euclério e Assumção. Vidigal ocupa a cadeira de deputado federal, Arnaldinho a de vereador de Vila Velha e Max Filho, a de prefeito.

Por causa dos cargos, as páginas destes candidatos já eram ativas nas redes sociais antes das eleições, com postagens sobre os feitos do mandato. Durante a campanha, as publicações que mais se destacam são vídeos de propagandas eleitorais e, no caso de alguns candidatos que testaram positivo para Covid-19 – como Gandini, em Vitória, e  Neucimar, em Vila Velha, – publicações referentes ao diagnóstico.

Subtenente Assis, diferentemente dos outros, nunca venceu uma eleição. Sua popularidade, no entanto, tem crescido por sua atuação nas redes como militante do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O militar também testou positivo para Covid-19 durante a campanha, mas não postou vídeos sobre o assunto.

As publicações dele que acumulam mais interações são vídeos com representantes do governo federal, como a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, e outras postagens em que declara apoio ao presidente. Mesmo tema das publicações do deputado Capitão Assumção.

Ambos candidatos bolsonaristas, no entanto, não aparecem na liderança de intenções de voto nas pesquisas Ibope realizadas nos dois municípios a pedido da Rede Gazeta. A última pesquisa, publicada em 17 de outubro, mostrou que Assis tem 6% das intenções de voto estimuladas em Cariacica, empatado tecnicamente com 11 dos 14 candidatos. 

Já Assumção tem 5% em Vitória, segundo pesquisa publicada nesta terça-feira (03), longe de João Coser e Gandini que lideram com 26% e 24% respectivamente. Pazolini, o que mais cresceu, ganhou oito pontos percentuais, indo para 18%.

O especialista em Comunicação Política Marcos Marinho avalia que as pautas bolsonaristas são mais nacionais, geralmente voltadas para a moral e o comportamento, não atraindo, necessariamente, eleitores locais.

“Muitas estratégias de engajamento, como hashtags, palavras que serão destacadas em sites de buscas e marcação de pessoas importantes acabam jogando [para as páginas] pessoas que têm afinidade de assunto, mas não necessariamente são daquele local”, explica.

Além disso, as discussões em uma eleição municipal, geralmente, são voltadas para problemas práticos locais. Por isso, “é melhor investir em publicações de propostas do que bater na tecla do discurso de ideologia.”

TAXA DE INTERAÇÃO

Para medir o engajamento do público é preciso, também, considerar outros fatores, como o tamanho das páginas – número de seguidores – e a quantidade de postagens que são feitas diariamente. O resultado dessa conta é a taxa de interação.

Nesse recorte, outros nomes se destacam. São aqueles que possuem menos interação, mas, também, menos seguidores. O perfil criado no Instagram para a candidatura de Gilbertinho Campos e Munah Malek, ambos do PSOL, em Vitória, por exemplo, tem a maior taxa de engajamento da Capital com 7,45%, seguida de João Coser, com 5,58%.

Assim como Fernanda Martins (PV), candidata em Vila Velha, lidera com 5,03%, Eben Moraes (PCdoB) na Serra com 8,5% e Célia Tavares (PT) com 5,03% em Cariacica.

A taxa de interação, portanto, é um dado mais proporcional. “Existe uma proporção. Depende se eu vou conseguir mobilizar as pessoas que me seguem para interagir com meu conteúdo e muita gente faz essa estratégia errada. Quem tem menos seguidor mas mais comentários, por exemplo, tem mais interação e pode dar mais resultado no engajamento”, aponta Marcos Marinho.

Marinho ressalta, ainda, que o engajamento pode ser negativo. Os dados computam comentários e reações, sem detalhar se são positivos ou negativos. A rede de apoiadores de um candidato, por exemplo, pode gerar mais engajamento para o adversário com comentários negativos e vice-versa.

QUEM MAIS CRESCEU

Mesmo não sendo o único ponto a ser considerado para medir a popularidade na rede, o crescimento expressivo de seguidores é um dado importante para quem acompanha a estratégia das redes, ressalta Marinho.

O levantamento mostra quais candidatos mais cresceram em seguidores. Alguns, no entanto, tinham pouca ou nenhuma movimentação nas páginas antes das eleições e, por isso, o crescimento parte de um patamar muito baixo se comparado a outros que já eram figuras ativas nas redes.

No Facebook, por exemplo, a maior taxa de crescimento é da candidata a prefeita de Vila Velha Fernanda Martins, do PV. Ela tem uma taxa de 290% de crescimento, mas a página só foi criada após o início da campanha. Até o dia 29 de setembro, ela não tinha curtidas e, agora, tem mais de 900.

Ela é seguida por seu colega de disputa em Vila Velha Coronel Wagner Borges (PL). A página dele foi criada em 2017 e, em 30 dias, cresceu 46%. Em compensação, o militar não registrou crescimento no Instagram, tendo uma movimentação mais concentrada no Facebook. 

Já no Instagram, Coser foi o que mais cresceu. Sua conta retomou as publicações diárias próximo ao início da campanha, no final de setembro. Nos últimos 30 dias, cresceu 33%, ganhando quase mil seguidores. Também com um crescimento expressivo está o Subtenente Assis, em Cariacica, que cresceu 19.98%.

Quanto mais seguidores, mais pessoas terão acesso aos conteúdos para interagir com eles. É o "segundo passo", no entanto, a "ação por parte do público diante da publicação", que faz a diferença. "O que faz a coisa andar, crescer, é o nível de envolvimento de usuários. Assim, você mostra para a 'máquina' por trás dos aplicativos que o seu conteúdo é tão interessante que as pessoas estão parando para interagir", finaliza Marinho.

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