> >
Veja os deputados candidatos no ES e os suplentes que podem assumir

Veja os deputados candidatos no ES e os suplentes que podem assumir

Dois deputados federais e 11 deputados estaduais querem deixar os mandatos para serem prefeitos. Caso vençam em novembro, suplentes devem ocupar as cadeiras na Assembleia ou na Câmara dos Deputados

Publicado em 7 de outubro de 2020 às 15:05

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Fachadas da Assembleia Legislativa e Congresso Nacional
Assembleia Legislativa e Congresso Nacional podem ter uma configuração diferente após as eleições municipais de 2020 . (Carlos Alberto Silva e Leonardo Sá/Agência Senado)

Faz menos de dois anos que os deputados federais e estaduais eleitos pelos capixabas em 2018 assumiram suas cadeiras. Treze deles já estão na disputa para assumir prefeituras no Espírito Santo. São 11 dos que estão Assembleia Legislativa e dois dos que compõem a Câmara dos Deputados. Quem virar prefeito vai deixar a vaga para um suplente, ou seja, alguém que concorreu pelo mesmo bloco de partidos, teve uma boa votação, mas não foi eleito.

Até 2018 os partidos podiam se unir em coligações para lançar chapas de deputados estaduais e federais. A coligação funcionava como um grande partido e as alianças eram baseadas em negociações que nem sempre incluíam afinidade ideológica. Dessa chapa composta por membros de diferentes partidos alguns foram eleitos e o restante ficou como suplente, ou seja, no banco de reservas para "substituir o jogador em campo", caso seja necessário. Veja abaixo quem pode ficar no lugar de quem.

Não são raros os casos em que os eleitos saem de seus postos e deixam os mandatos com os suplentes. Isso acontece com os que assumem cargos em governos, secretarias e ministérios, por exemplo, ou com os que precisam se licenciar por outros motivos. Os deputados podem se afastar ainda durante a campanha eleitoral ou, se preferirem, apenas se eleitos.

Caso o parlamentar vença a eleição para prefeito, o convocado para assumir será o 1º suplente, mas se este não puder ou não quiser ocupar a cadeira, chama-se o 2º e assim sucessivamente. A ordem é ditada pelos mais votados de cada coligação.

Nada garante, no entanto, que o suplente vai lutar pelas mesmas bandeiras ou dar continuidade às prioridades do atual deputado. Como as coligações eram formadas por diferentes siglas, há o risco de assumir alguém com visão e posicionamento político diferente.

A eleição de 2018, no entanto, foi a última com a formação de coligações para a eleição de parlamentares. Em 2022, caso algum deputado eleito deixe o mandato, a cadeira vai ficar para um suplente do mesmo partido, já que as chapas são obrigatoriamente compostas por candidatos de uma mesma legenda. Isso já acontece em 2020, na formação de chapas para a eleição de vereadores.

A vaga de suplente pertence à coligação e não aos candidatos. Por isso, caso o deputado tenha mudado de partido a vaga continua na mão da coligação que o elegeu e, se a pessoa que ocupava o banco de reserva como suplente mudou de partido, também perde a chance de assumir o cargo.

SERGIO VIDIGAL (PDT), CANDIDATO A PREFEITO DA SERRA

Sergio Vidigal (PDT) concorre pela sexta vez à Prefeitura da Serra. Dos cinco pleitos passados, venceu três: 1997, 2001 e 2009. Atualmente, está em seu segundo mandato na Câmara dos Deputados, para o qual foi eleito em 2018 com 73.030 votos. O parlamentar sempre foi um dos principais nomes do PDT no Estado, onde preside a sigla. Por mais que seja comum candidatos mudarem de partido entre as eleições, Vidigal sempre concorreu pela mesma legenda.

Acontece que em 2018 o PDT formou coligação com DEM, PSD, PSD, PRP e Solidariedade. O 1º suplente para assumir a vaga de Vidigal em Brasília, caso ele seja eleito para um quarto mandato como prefeito da Serra, é o ex-prefeito de Vila Velha Neucimar Fraga (PSD). Ele é o suplente mais bem votado da coligação, com 53.787 votos, e chegou a dizer que analisaria a decisão de Vidigal de concorrer na Serra para decidir se, de fato, disputaria em Vila Velha em 2020. 

Neucimar confirmou sua candidatura. Isso não quer dizer que ele perdeu o posto de 1º suplente. O destino do ex-prefeito canela-verde vai depender do resultado das eleições nos dois municípios. Caso Vidigal e Neucimar sejam eleitos, quem assume uma cadeira na Câmara é o segundo suplente, Dr. Jorge Silva (Solidariedade), que teve 43.390 votos no último pleito e já foi deputado federal por dois mandatos: 2010 e 2016. Caso Neucimar não seja eleito, pode assumir a vaga no Congresso. Isso, claro, se Vidigal vencer.

NORMA AYUB (DEM), CANDIDATA A PREFEITA DE MARATAÍZES

Norma Ayub (DEM) concorre à Prefeitura de Marataízes neste ano. Esposa do deputado estadual e uma das principais lideranças políticas do Sul do Estado, Theodorico Ferraço (DEM), a parlamentar está em seu segundo mandato consecutivo na Câmara dos Deputados, para o qual foi eleita com 57.156 votos. Antes disso, foi prefeita de Itapemirim, outra cidade da região Sul, por dois mandatos: 2004 a 2012.

Norma é da mesma coligação de Vidigal, portanto, seu 1º suplente também é Neucimar e o segundo, Dr. Jorge Silva.  Em um cenário hipotético em que Norma, Vidigal e Neucimar sejam eleitos, além de Jorge Silva, o 3º suplente da coligação, César Colnago (PSDB), ficaria com uma vaga de deputado federal. Até dezembro de 2018, Colnago foi vice-governador, na gestão Paulo Hartung (sem partido). O tucano também já foi deputado estadual (2002 e 2008) e federal (2010). Em 2018, Colnago obteve 34.187 votos.

ALEXANDRE XAMBINHO (PL), CANDIDATO A PREFEITO DA SERRA

Em 2018, quando foi eleito deputado estadual pela primeira vez, com 12.095 votos, Alexandre Xambinho estava filiado à Rede. Antes, foi vereador da Serra, pela mesma sigla, mas deixou o cargo em 2018 quando se elegeu deputado. Era seu terceiro mandato como vereador. Para os dois anteriores, no entanto, foi eleito pelo PTdoB, partido que mudou de nome e agora se chama Avante. 

Caso seja eleito prefeito, a vaga na Assembleia vai ficar para Edinho Lima, do Podemos, que teve 10.486 votos em 2018.

BRUNO LAMAS (PSB), CANDIDATO A PREFEITO DA SERRA

Do mesmo partido do governador Renato Casagrande, Bruno Lamas não ficou muito tempo como deputado estadual depois de ser eleito, em 2018, com 16.979 votos. Logo no início de fevereiro de 2019 ele tomou posse como secretário de Trabalho, Assistência e Desenvolvimento Social no governo e, em seu lugar, Freitas (PSB), assumiu como suplente. Ele é o primeiro na lista da coligação integrada pelo PSB e DC, com 15.320 votos.

Pouco mais de um ano depois, em abril deste ano, o parlamentar deixou a secretaria e retornou à Assembleia, dentro do prazo para desincompatibilização estipulado pela Justiça Eleitoral, para quem ocupa secretarias e pretende concorrer na eleição. 

Além de ter sido vereador da Serra por três mandatos (2000, 2008 e 2012), o parlamentar estava em seu segundo mandato consecutivo na Assembleia. Caso ele seja eleito prefeito, Freitas deve voltar ao cargo.

EUCLÉRIO SAMPAIO (DEM), CANDIDATO A PREFEITO DE CARIACICA

Euclério Sampaio (DEM) já está em seu quinto mandato como deputado estadual. Antes disso, em 2004, o parlamentar tentou ser prefeito em Vila Velha, à época, pelo PMN. Nos anos seguintes concorreu apenas à Assembleia. Foi eleito em 2006, assumiu como suplente em 2012 e foi eleito novamente em 2014, nesses anos pelo PDT. Em 2018 mudou de legenda e concorreu pelo DC e elegeu-se com 21.662 votos. 

Como na última eleição ele estava no DC, que fez coligação com o PSB, o 1º suplente de Euclério também é Freitas. Caso Euclério e Bruno Lamas sejam eleitos, o 2º suplente convocado seria Gedson Merízio (PSB). Merízio também disputa as eleições, quer ser prefeito de Guarapari. Caso não seja eleito, pode ir para a Assembleia.

MARCOS GARCIA (PV), CANDIDATO A PREFEITO DE LINHARES

O deputado estadual e empresário de Linhares Marcos Garcia (PV) não tem uma longa história na vida política. A eleição de 2018, que o tornou parlamentar, com 13.442 votos, foi a primeira que ele disputou. Na Assembleia, assume uma postura alinhada ao governo Casagrande.

Caso ele seja eleito prefeito, a vaga de Marcos Garcia vai ficar para Claudete do Mateusão, do Solidariedade. Ela é filha do ex-prefeito de Pedro Canário e Conceição da Barra e forte liderança política da região Mateusão, que chegou a ser alvo de um mandado de prisão este ano.

LORENZO PAZOLINI (REPUBLICANOS), CANDIDATO A PREFEITO DE VITÓRIA

Também rosto novo na política, mas não na vida pública, o delegado Lorenzo Pazolini (Republicanos) disputa sua segunda eleição este ano. A primeira, em 2018, o elegeu deputado estadual, com 43.293 votos, o segundo mais bem votado da Assembleia Legislativa. Antes de entrar para a política, o delegado era titular na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente.

Na eleição passada, Pazolini não estava no Republicanos e sim no PRP, sigla que foi incorporada ao Patriota. O então PRP formou coligação com o PCdoB.

Na Assembleia, Pazolini assume uma postura de oposição ao governo Casagrande. E também se aproxima de figuras do conservadorismo no país, como a ministra do governo Bolsonaro Damares Alves. E esteve perfilado ao ex-senador Magno Malta (PL) durante a campanha de 2018.

Atualização: a primeira versão desta reportagem, publicada às 15h04 de 07/10/2020, apontava que o suplente de Pazolini seria Cirilo da Rádio (PCdoB). Mas essa é apenas uma das possibilidades. O texto foi atualizado às 16h08 de 07/10/2020.

Se Pazolini for eleito prefeito, no entanto, o 1º suplente convocado para assumir a vaga seria o conselheiro aposentado do Tribunal de Contas do Estado (TCES) Marcos Madureira (PRP), que teve 13.222 votos.

Devido à fusão do PRP com o Patriota, que em 2018 estava na coligação de Alexandre Xambinho (então filiado à Rede), pode haver alguma contestação quanto à convocação do suplente. Se houver algum impedimento, o 2º suplente a ser chamado seria Cirilo da Rádio, do PCdoB, sigla de esquerda, alinhada a Casagrande. Cirilo teve 6.009 votos em 2018.

HUDSON LEAL (REPUBLICANOS), CANDIDATO A PREFEITO DE VILA VELHA

Antes de ser eleito deputado estadual pela primeira vez, em 2014, o médio Hudson Leal havia tentado duas eleições. Na primeira, em 2010, disputou uma vaga na Assembleia pelo PRP, mas não foi eleito. Em 2012, era vice, pelo PTN, na chapa de Max Filho (PSDB) para disputar a Prefeitura de Vila Velha, mas a dupla não venceu.

A partir das eleições seguintes, em 2014, voltou a concorrer para deputado estadual e foi eleito duas vezes consecutivas, na última, em 2018, com 30.632 votos. Na coligação de Hudson estavam as siglas PL, Republicanos e PSL. Por isso, caso seja eleito, quem assume a vaga na Assembleia é o pastor e ex-vereador de Vitória Devanir Ferreira (Republicanos), o suplente mais bem votado, com 19.195 votos.

CAPITÃO ASSUMÇÃO (PATRIOTA), CANDIDATO A PREFEITO DE VITÓRIA

Capitão Assumção já atuou como suplente. Ele assumiu a vaga do então deputado federal Neucimar Fraga, de 2009 a 2011, na Câmara dos Deputados. Neucimar havia deixado o mandato em Brasília para ser prefeito de Vila Velha. Na época, Assumção era do PSB, partido que agora critica e com o qual rivaliza. Em 2014, ele foi para o PRB (antigo nome do Republicanos) e tentou mais um mandato como deputado federal, mas não foi eleito.

Em 2016, tentou, pelo PMB, uma vaga de vereador na Câmara de Vitória, mas também não venceu. Assumção voltou a ter mandato em 2018, quando foi eleito deputado estadual pelo PSL, com 27.744 votos. Foi um dos que apostou no discurso bolsonarista e conseguiu ser eleito na esteira da popularidade do então candidato à Presidência da República. 

Caso seja eleito, o primeiro na fila para ocupar a vaga também é o pastor Devanir Ferreira, já que Hudson Leal e Capitão Assumção eram da mesma coligação. 

ENIVALDO DOS ANJOS (PSD), CANDIDATO A PREFEITO DE BARRA DE SÃO FRANCISCO

Diferentemente de alguns nomes que acabaram de chegar ao cenário político, o deputado estadual Enivaldo dos Anjos tem um currículo extenso na política capixaba. Este ano, concorrendo à Prefeitura de Barra de São Francisco, o parlamentar quer voltar para o cargo que já ocupou em 1988. Em 2012 ele chegou a concorrer para prefeito novamente, mas perdeu as eleições.

O deputado também foi secretário de Estado do Interior nos anos de 1992 a 1994 e está em seu quinto mandato na Assembleia Legislativa: 1986, 1994, 1998, 2014 e 2018. No último pleito, foi eleito com 24.202 votos.

Na coligação de Enivaldo estavam as legendas PSD, DEM, PDT e PPL. Caso seja eleito, o parlamentar abre espaço para Luiz Durão (PDT), que foi prefeito de Linhares por dois mandatos (1978 e 1988), deputado federal (1995 e 2001, nesta assumindo como suplente) e deputado estadual, eleito em 2010. Em 2018, Durão teve 17.820 votos. No ano passado, Durão foi preso em flagrante, acusado de estuprar uma adolescente de 17 anos. Depois ele foi solto e absolvido em primeira instância.

FABRÍCIO GANDINI (CIDADANIA), CANDIDATO A PREFEITO DE VITÓRIA

O nome de Gandini está profundamente relacionado com o partido Cidadania e a proximidade com o atual prefeito de Vitória, Luciano Rezende (Cidadania) e o governador Renato Casagrande (PSB). Já faz tempo que Luciano promove Gandini como seu futuro sucessor, o parlamentar foi secretário de Gestão, Planejamento e Comunicação da Prefeitura de Vitória e vereador na Capital por três mandatos: 2008, 2012 e 2016, em todos os pleitos concorrendo pelo PPS, que agora se chama Cidadania.

Em 2014, Gandini foi vice na chapa de Renato Casagrande na disputa pelo Palácio Anchieta. Naquele ano, no entanto, eles perderam a eleição. Dois anos depois, em 2018, o parlamentar assumiu seu primeiro mandato como deputado estadual, eleito com 20.170 votos.

A coligação de Gandini em 2018 era composta por Cidadania, Avante e PTC. Caso seja eleito prefeito, a primeira convocada seria Eliana Dadalto, que em 2018 era do PTC. Ela, no entanto, está no Podemos e perdeu a chance de ocupar a vaga. O próximo chamado seria Joel da Costa, que era do Cidadania. Mas Joel também mudou de sigla e disputa a Prefeitura de Cariacica pelo PSL.

Assumiria a vaga, então, o soldado Olmir Castiglioni (Avante), que teve 7.909 votos.

VANDINHO LEITE (PSB), CANDIDATO A PREFEITO DA SERRA

Vandinho disputou suas primeiras eleições pelo PL, partido do ex-senador Magno Malta. Foi vereador da Serra  e deputado estadual por dois mandatos, iniciados em 2006 e 2010. Em 2014, concorreu ao cargo de deputado federal pelo PSB, partido do governador Renato Casagrande. Naquele ano, mesmo tendo 86.506 votos não foi eleito, já que coligações maiores puxaram o quociente eleitoral e elegeram candidatos menos votados.

O parlamentar chegou a ser secretário de Estado de Esportes e Lazer na primeira gestão de Casagrande, em 2010. Mas depois das eleições de 2014 mudou para o PSDB e atualmente tem postura de oposição ao governo estadual. Antes de voltar para a Assembleia em 2018, Vandinho ainda concorreu como vice de Sergio Vidigal na disputa pela prefeitura da Serra, em 2016, sem sucesso.

A coligação de Vandinho em 2018 tinha apenas dois partidos, o PSDB e o PSC. Caso seja eleito prefeito da Serra, a primeira a ser convocada para ocupar a vaga será a vereadora de Vitória Neuzinha de Oliveira (PSDB). Neuzinha disputa a Prefeitura de Vitória, por isso, caso ambos sejam eleitos, a vaga deve ficar com o também vereador de Vitória Wanderson Marinho (PSC).

CARLOS VON (AVANTE), CANDIDATO A PREFEITO DE GUARAPARI

É a terceira vez que Carlos Von disputa a Prefeitura de Guarapari. Em 2012, o candidato tentou se eleger pelo PSL e em 2016 pelo PSDB, mas não venceu nenhum dos pleitos. Em 2014, Von tentou a vaga de deputado estadual pelo PSD, mas também não foi eleito. Foi subsecretário de Turismo de Vila Velha na gestão de Max Filho, em 2016.

Sua primeira vitória em eleições foi em 2018, quando concorreu a deputado estadual pelo Avante e foi eleito com 14.699 votos. O parlamentar era da mesma coligação que Gandini e, por isso, caso seja eleito, sua vaga também será destinada ao soldado Olmir Castiglioni, do Avante.

Caso ambos sejam eleitos, além de Olmir, o próximo a ser chamado para a Assembleia seria o vereador de Vila Velha Ricardo Chiabai (Cidadania), que é vice na chapa de Neucimar Fraga. Em caso de Vitória de Neucimar e Chiabai na disputa pela prefeitura canela-verde, a convocação para ser deputado estadual recairia sobre Daniel Gomes (Cidadania), que teve 4.989 votos.

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais