Ao se reeleger em primeiro turno, o prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (Podemos), derrotou cinco candidatos: Coronel Ramalho (PL), Gabriel Ruy (Mobiliza), João Batista Babá (PT), Maurício Gorza (PSDB) e Professor Nícolas Trancho (Psol). Agora, não tendo saído vitoriosos da disputa, quais são os planos deles?
A Gazeta procurou todos os candidatos para conhecer seus planos. Apenas o candidato tucano não retornou o contato da reportagem. Entre os demais, nenhum descarta concorrer novamente a mandato eletivo. Alguns já pensam na disputa para o governo do Estado em 2026, enquanto outros avaliam até mesmo concorrer novamente à Prefeitura em 2028.
O ex-secretário de Estado de Segurança Alexandre Ramalho, que terminou a eleição em segundo lugar, afirmou que pretende se manter ativo na discussão sobre políticas públicas, embora ainda não tenha definido seu próximo desafio profissional. “Depois de tirar um período para recarregar a energia, estou avaliando junto com meu grupo político qual o melhor caminho a seguir. Depois de anos de serviços prestados ao poder público, tenho convite para atuar na iniciativa privada, mas também existe a possibilidade de contribuir com projetos e mandatários do nosso partido dentro e fora do nosso Estado”, explica.
“Uma coisa é certa, vamos estruturar um observatório de políticas públicas com a contribuição da sociedade civil, acadêmicos e voluntários. Mobilizamos uma discussão qualificada durante a construção da candidatura e pretendemos continuar contribuindo com boas políticas públicas”, planeja.
Sobre disputar novos cargos eletivos, o coronel aposentado da Polícia Militar destacou que não tem “projeto pessoal na política”, mas avalia: “Os mais de 42 mil votos obtidos em Vila Velha nos credenciam para outros voos. Se acontecer, será realizado no tempo certo. O momento atual é de rodar a cidade e agradecer aos apoios recebidos”.
Questionado se avalia voltar a tentar se eleger prefeito de Vila Velha, considerou que “2028 está distante”: “Até lá outros desafios são mais urgentes. Pautas importantes estão sendo discutidas em Brasília e no Estado. O futuro a Deus pertence. Temos valores fortes e olhar atento aos destinos da nossa cidade”.
Dentista de profissão, o também ex-vereador de Vila Velha João Batista Babá continuará com seu trabalho, mas não deixará o campo político: “Permaneço na luta de soerguimento do PT em Vila Velha, numa posição de oposição à atual gestão e em apoio às lutas populares”.
“Queremos ver implantado o programa das Cidades Inteligentes, com gestão digital, humanizada, democrática e sustentável em Vila Velha. Estarei atento aos acontecimentos políticos e com olhar mais aguçado para a fiscalização das ações da gestão municipal”, garantiu o terceiro colocado nas Eleições 2024 no município.
Sobre o desempenho do partido no pleito, Babá destacou que o PT elegeu o vereador Rafael Primo: “[O partido] volta a ter voz no parlamento municipal”. Questionado sobre voltar a se candidatar, ele afirmou que nunca foi “político profissional ou carreirista”: “Sou um militante da esquerda democrática. Teremos uma luta árdua na defesa do governo Lula e sua reeleição, e dentro do PT estarei defendendo um projeto para o governo do Estado, com lançamento de candidatura própria a governador”.
“Estamos refletindo internamente com a base do partido e nosso nome continua à disposição do partido para contribuir com o debate e com a reconstrução partidária”, concluiu.
O quarto colocado na disputa, Professor Nícolas Trancho (Psol), também voltou ao trabalho fora da política após o pleito: “Já retornei para a escola municipal em que leciono, em Ulisses Guimarães, Vila Velha, e pretendo dar continuidade ao mestrado profissional em Educação que curso no Ifes de Vila Velha”.
Sobre a possibilidade de voltar a disputar eleições, ele afirmou estar aberto à ideia: “Candidaturas são consequências do trabalho realizado e da necessidade de minorias terem voz. Pretendo sim, continuar colaborando para a construção de uma cidade cada vez melhor para se viver, e se for necessário, coloco meu nome e minhas ideias à disposição”.
Especificamente sobre tentar novamente o comando da Prefeitura, avaliou que “tudo depende da militância e da realidade do município no futuro”: “Vamos acompanhar o Legislativo e o Executivo, participar com ideias sempre que possível e, se tiver necessidade e o desejo do povo, sim, coloco meu nome à disposição”.
Sexto colocado na disputa, o empresário Gabriel Ruy planeja uma viagem ao Chile “escrevendo e observando de perto a economia e a estrutura social do país”. Antes do pleito de 2024, passou uma temporada na Argentina para o mesmo fim, declarando-se entusiasta da política conduzida pelo presidente ultraliberal Javier Milei. “Quero voltar de lá já com um projeto para o Mobiliza 33, discutindo o Estado do Espírito Santo em 2026”, afirmou.
Ele ainda declarou ter interesse em colaborar com a atual administração: “Estamos buscando abrir um diálogo com a gestão do prefeito Arnaldinho para trabalhar em conjunto para o bem da cidade. Caso ele seja um democrata de verdade, vejo que terá humildade para conversar com os candidatos derrotados, mas que possuem algumas propostas excelentes, o que colaboraria muito para a melhoria da cidade”.
Além disso, Ruy já se coloca como pré-candidato para o governo do Estado. Com sua sigla, o Mobiliza, pretende se apresentar novamente como uma alternativa de direita. “A direita tem dificuldade de se identificar e apoiar o projeto do PL no Estado. Nosso grupo continuará buscando diálogo com uma direita construtiva e menos extremista. Assim, coloquei meu nome para o Mobiliza 33 como pré-candidato ao governo e já estamos rodando o Estado em conversa com outros líderes políticos para a construção dessa alternativa”. Também já avalia disputar o município em 2028: “Espero colaborar com a discussão vindo candidato ou apoiando alguém que queira dialogar com nossas propostas liberais”.
“Quero continuar trazendo propostas de liberdade econômica e libertárias para a pauta política capixaba. Vamos trazer mais uma vez a discussão sobre Estado mínimo e uma direita de diálogo”, afirmou, narrando ainda que gostaria de apoiar para a Presidência da República em 2026 o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), ou o coach Pablo Marçal, que disputou a Prefeitura de São Paulo pelo PRTB.
Maurício Gorza (PSDB) também foi candidato à Prefeitura de Vila Velha, mas não atendeu à reportagem para falar sobre projetos que planeja conduzir. Ele foi procurado desde 24 de outubro.
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