Termina nesta quinta-feira (6) o prazo para que secretários e subsecretários dos Executivos municipais e estadual se desliguem de suas funções nos órgãos públicos para disputar o cargo de prefeito ou vice nas eleições municipais deste ano.
No Espírito Santo, antes do fechamento da data estipulada pela Justiça Eleitoral, três subsecretários do governo comunicaram desincompatibilização do cargo para brigar pelo comando das prefeituras de seus respectivos municípios no pleito de outubro. Há também dois diretores de órgãos do Executivo estadual que pediram exoneração de suas funções por motivos eleitorais.
Ouvidos pela reportagem de A Gazeta na tarde de quarta-feira (5), Carlos Casteglione (PT), subsecretário de Trabalho, Emprego e Geração de Renda; Gedson Merízio (Podemos), subscretário de Turismo; Neto Barros (PP), subsecretário de Ciência, Tecnologia e Informação; Frei Paulão (PSB), diretor de Segurança no Trânsito no Detran-ES; e Franco Fiorot (União), diretor-geral do Incaper, confirmaram saída do governo para investir em suas pré-candidaturas.
O governo do Estado informou ainda que deixa a administração estadual também Edilson Monteiro, superintendente regional de Saúde Norte.
Sendo assim, o desligamento desses agentes do Executivo estadual visa a atender as regras impostas pela Justiça Eleitoral, que diz que o prazo para que secretários municipais e estaduais se desligarem do cargo é de quatro meses antes do primeiro turno das eleições, previsto para ocorrer, neste ano, em 6 de outubro.
Ao comentar sobre sua saída do governo para disputar a Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Estado, Carlos Casteglione, cuja exoneração foi publicada nesta quinta-feira, disse que pretende aproveitar o capital político conquistado durante o período em que governou a cidade por dois mandatos, entre os anos de 2009 e 2016.
"Vou atrás desses eleitores da época em que fui prefeito em Cachoeiro de Itapemirim. Atualmente conto com a aliança de cinco partidos. Também investimos na montagem de uma boa chapa de candidaturas de vereadores", diz o candidato do PT, partido atualmente federado com PCdoB e PV.
Agora consolidado como mais uma peça do tabuleiro político que envolve a disputa pela Prefeitura de Guarapari, Gedson Merízio, que também teve o desligamento publicado no Diário Oficial do Estado desta quinta-feira, está deixando a pasta do Turismo no Executivo estadual para, segundo ele, levar à cidade uma proposta de gestão mais alinhada ao Palácio Anchieta.
Essa será a segunda vez que o ex-vereador tentará chegar ao comando do município. Ele concorreu ao cargo de prefeito nas eleições de 2020, ainda filiado ao PSB, partido do governador Renato Casagrande. Na ocasião, Gedson foi o terceiro colocado na votação, acumulando 10,4 mil votos.
"Na verdade, estou entrando no jogo agora, após a desincompatibilização. Toda a construção do nosso projeto (de pré-candidatura e candidatura) está sendo pensado a partir do olhar do governo. Não é segredo para nínguém que as minhas decisões são tomadas em total alinhamento com o que o governo espera de mim", frisa.
Nome do PP na corrida eleitoral em Baixo Guandu, no Noroeste do Estado, o ex-prefeito Neto Barros, além de confirmar desligamento do cargo de subsecretário para tentar voltar a comandar a cidade a partir do ano que vem, sustenta que sua pré-candidatura conta, até agora, com o apoio de oito legendas, incluindo seu próprio partido.
Com exoneração publicada nesta quarta-feira (5), Neto Barros ainda disse que sua saída do cargo lhe dará mais tempo para se dedicar à estruturação de sua campanha. "Agora vamos trabalhar para consolidar o projeto (de candidatura). A nossa meta é reconstruir o município", ressalta o ex-prefeito, que comandou a cidade por dois mandatos consecutivos, entre 2013 e 2020.
Franco Fiorot e Frei Paulão estão deixando os cargos de diretoria que ocupam no governo do Estado para disputar as eleições em Linhares e Muqui, respectivamente. Ambos solicitaram desligamento do cargo nesta quarta-feira, e as exonerações foram publicadas no Diário Oficial do Estado também nesta quinta.
No caso de Frei Paulão, o objetivo é voltar a assumir o comando da cidade governada por ele por dois mandatos, de 2001 a 2008. Já Franco é listado pelo mercado político em dois cenários: pré-candidato a prefeito em chapa chancelada por seu partido ou pré-candidato a vice em composição com o deputado estadual Lucas Scaramussa (Podemos), que confirmou pré-candidatura a chefe do Executivo municipal.
O governo do Estado foi procurado, via assessoria, para falar sobre a saída dos subscretários e dos diretores da estrutura administrativa, bem como quem deverá substituí-los em cada um dos órgãos. Por nota, o Executivo estadual respondeu que os desligamentos ocorrem em cumprimento "à obrigação legal de desincompatibilização para fins de candidatura em processo eleitoral".
Na mesma nota o governo informou que os cargos vagos serão ocupados, interinamente, por servidores a serem indicados pelos gestores dos respectivos órgãos, até que ocorram novas designações.
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