O vereador Weberson Rodrigo Pope (PSB), de Muniz Freire, no Sul do Estado, renunciou nesta segunda-feira (2), cinco dias após ser acusado de ameaçar o procurador da Câmara Municipal, Matheus Sobreira, em uma lanchonete. O parlamentar disse, porém, que a decisão não está relacionada à denúncia. Ele afirmou que está deixando o cargo por não concordar com matérias aprovadas na Casa de Leis nos últimos meses.
“Infelizmente, a Câmara de Muniz Freire está virando um puxadinho da prefeitura, uma extensão do Poder Executivo. Como aprendi muito novo que água e óleo não se misturam, eu agradeço muito o tempo que pude representar o cidadão, mas não tenho como permanecer”, disse.
Na última quinta-feira (28), o procurador da Câmara de Muniz Freire registrou boletim de ocorrência e entrou com um processo por medidas cautelares, dizendo ter sido ameaçado por Rodrigo Pope (PSB). Segundo o boletim, na noite de quarta-feira (27), em uma lanchonete da cidade, o vereador teria chegado a dizer que “a cidade era pequena para os dois”.
Na ocasião, o vereador negou todas as acusações, dizendo não ter conhecimento da ocorrência policial e descrevendo o relato do procurador como “um completo absurdo”. Nesta segunda (2), Rodrigo Pope acrescentou que vai abrir uma queixa-crime contra Matheus Sobreira por calúnia.
Além das acusações de ameaças na lanchonete, Weberson Rodrigo Pope (PSB) também era questionado pela ausência das sessões da Câmara de Muniz Freire. De acordo com o presidente da Casa de Leis, José Maria Bergamini (Patriota), das 39 sessões realizadas em 2023, o vereador só compareceu a três: nos dias 6 de fevereiro, 20 e 27 de setembro.
Sobre as ausências, Weberson Rodrigo Pope afirma que precisou se licenciar após uma mudança no dia das sessões, que passaram da segundas para as quartas-feiras. Questionado sobre o número de sessões às quais compareceu, o vereador disse não saber precisar.
“É prerrogativa do vereador, regimentalmente prevista, licença não remunerada para tratar de interesses pessoais de até 120 dias. O Legislativo, por outro lado, possui recessos em janeiro e julho, não havendo, portanto, sessões ordinárias nesse período. Minhas atividades profissionais em alguns casos exigem viagens por vários Estados do país. As sessões ocorriam às segundas-feiras até o final de 2022 e eu havia adaptado minha rotina de trabalho ao mandato (voluntário, já que o subsídio é devolvido para a sociedade)”, relatou.
O presidente da Câmara, José Maria Bergamini, confirmou o recebimento do pedido de renúncia, ressaltando que, de acordo com o regimento interno da Casa, o ato é irretratável. “Nos termos legais, o ato será comunicado ao plenário na primeira sessão seguinte à data do protocolo, a qual será no próximo dia 4 (quarta-feira), e fará constar de ata a declaração de extinção do mandato do vereador, declarando a vaga e convocando o respectivo suplente, obviamente, após o parecer jurídico da Procuradoria”, informou, por meio de nota.
Em relação à denúncia de ameaças contra o procurador, a Polícia Civil informou, na última sexta-feira (29), que o boletim de ocorrência foi registrado na Delegacia de Polícia de Muniz Freire e o caso seguirá sob investigação.
Inicialmente, com base nas informações do boletim de ocorrência e do processo de medida cautelar, Matheus Sobreira foi identificado como procurador-geral de Muniz Freire. Mas o servidor é procurador da Câmara Municipal. O texto foi alterado.
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