A Polícia Civil considera foragido o vereador de Linhares, Waldeir de Freitas Lopes, suspeito de mandar matar o ativista político Jonas Soprani em junho de 2021. Nesta terça-feira (3), a 1ª Vara Criminal de Linhares decidiu pela prisão preventiva do parlamentar. Buscas foram realizadas no endereço do suspeito na manhã desta quarta-feira (4), mas ele não foi localizado.
Segundo o titular da Delegacia de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Tiago Cavalcante, como o advogado do suspeito foi comunicado da decisão sobre a prisão e o vereador não se apresentou voluntariamente, ele é considerado foragido da Justiça.
Waldeir continua exercendo normalmente o mandato de vereador do município. No entanto, a Câmara Municipal de Linhares informou que o parlamentar apresentou atestados médicos de tratamento cirúrgico odontológico, em justificativa de ausência em Sessão Plenária.
A defesa de Waldeir de Freitas Lopes, representada pelo advogado Leandro de Freitas, informou que respeita a decisão da Justiça, mas entende que o mandado de prisão preventiva é totalmente desnecessário, visto que a prisão deveria ser uma exceção.
O advogado também informou que o vereador estava cumprindo todas as medidas cautelares impostas pela Justiça, e disse que segue trabalhando para provar a inocência do cliente.
Por fim, a defesa de Waldeir afirmou que ainda nesta semana vai entrar com o pedido de habeas corpus para que o vereador responda o processo em liberdade.
Jonas da Silva Soprani era ativista político e foi candidato a vereador nas eleições municipais de 2020. Ele foi assassinado a tiros na noite do dia 23 de junho, em um bar do bairro Novo Horizonte. Na ocasião do crime, testemunhas relataram à polícia que dois homens armados e encapuzados teriam chegado no bar efetuando disparos contra a vítima.
Pouco menos de um mês depois, no dia 20 de julho, a Polícia Civil chegou até os dois suspeitos de serem os executores — os irmãos gêmeos Cosme Damasceno e Damião Damasceno.
O terceiro identificado por envolvimento no crime foi o vereador Waldeir de Freitas Lopes, apontado como o mandante. Ele foi preso em um hotel em Belo Horizonte (MG), onde participava de um curso.
Além do vereador, o assessor dele, Josenilton Alves dos Santos, também é investigado por intermediar o contato com os executores do assassinato. Ele chegou a ser preso na época do crime, junto com o vereador.
Procurada, a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) informou que Cosme Damasceno, Damião Damasceno e Josenilton Alves dos Santos tiveram liberdade concedida em agosto de 2021.
A reportagem de A Gazeta também teve acesso ao pedido de prisão contra Cosme Damasceno. Em consulta no Conselho Nacional de Justiça, Damião e Josenilton não possuem mandados de prisão.
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