Suspeito de ser o mandante do assassinato do ativista Jonas Soprani, o vereador Waldeir de Freitas (PTB) perdeu o mandato na Câmara Municipal de Linhares por ter se ausentado em um terço das sessões ordinárias em 2022. A mesa diretora publicou o ato na segunda-feira (12).
A Câmara informou, por nota, que a mesa diretora analisou ainda um pedido do vereador de impugnação da perda do mandato, porém ele foi rejeitado. Foi instaurado um procedimento administrativo que concluiu pela decisão, baseada na Lei Orgânica do Município, que prevê a perda do mandato devido ao número de faltas na sessão legislativa.
Waldeir de Freitas se tornou procurado pela polícia no dia 3 de maio, quando a Justiça determinou sua prisão preventiva. Ele não compareceu às sessões desde então e ficou foragido até se apresentar voluntariamente na Chefatura da Polícia Civil, em Vitória, no dia 29 de agosto. Waldeir está preso no Centro de Triagem de Viana (CTV).
A reportagem procurou a defesa do parlamentar, que informou: "por decisão da família não vamos nos manifestar".
O cartório eleitoral recebeu os ofícios da perda do mandato do vereador e agora há o aguardo para a indicação do vereador suplente que vai ocupar a cadeira vaga.
Jonas Soprani foi morto no dia 23 de junho do ano passado, em um bar, no bairro Novo Horizonte, no município de Linhares. As investigações foram conduzidas pela Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Linhares e apontaram os suspeitos envolvidos no crime, que, segundo as informações, teve como mandante o vereador Waldeir de Freitas.
Outros dois intermediários tiveram atuação no episódio: Cosme Damasceno, amigo do político, e que tem ligações com o tráfico de drogas, segundo a polícia. O outro envolvido é Genebaldo da Fonseca, já preso.
No crime, foram identificados dois atiradores: Jhulian Alves de Souza e José Natalino dos Santos. O primeiro deles foi morto em um confronto com a PM no ano passado. O segundo, está preso em Linhares.
Um assessor parlamentar da Câmara Municipal de Linhares, de 48 anos, também foi detido no dia 12 de agosto de 2021, no bairro Shell.
O vereador chegou a ser detido no dia 29 de julho do ano passado, em Belo Horizonte, em Minas Gerais, durante um curso, mas teve a liberdade concedida após um mês de detenção.
Jonas Soprani era ativista político e foi candidato a vereador nas eleições municipais de 2020. Na ocasião do crime, testemunhas relataram à polícia que dois homens armados e encapuzados teriam chegado no bar efetuando disparos contra a vítima.
Os atiradores fugiram e entraram no carro dirigido por Damasceno, segundo a polícia. Jonas chegou a ser socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhado para o Hospital Geral de Linhares (HGL), mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
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