Com a prorrogação da prisão do prefeito de São Mateus, Daniel Santana (sem partido), conhecido como Daniel da Açaí, e a decisão judicial pelo afastamento dele da administração municipal, o vice-prefeito, Ailton Caffeu (Cidadania), afirma que toma posse como chefe do Executivo municipal na Câmara de São Mateus neste domingo (3).
A informação sobre a posse foi confirmada por Caffeu à reportagem de A Gazeta na tarde deste sábado (2). Ele afirmou que a cerimônia será realizada às 10h, na Câmara de Vereadores. O vice-prefeito disse ainda que está animado e vai continuar trabalhando pelo município.
Daniel teve a prisão prorrogada em mais cinco dias nesta sexta-feira (1º) pelo desembargador federal Marcello Granado, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2). O magistrado também prorrogou pelo mesmo período a prisão da chefe de gabinete da prefeitura, Luana Zordan Palombo, que também vai ser afastada do cargo, e de outras quatro pessoas presas durante a Operação Minucius, deflagrada pela Polícia Federal na última terça-feira (28).
Dos sete presos, apenas o empresário Edivaldo Rossi da Silva teve a prisão temporária revogada. Ele deixa a prisão, mas não poderá participar de licitações em São Mateus, conforme determinação de Granado na decisão.
O grupo é suspeito de integrar um esquema criminoso que fraudava contratos na Prefeitura de São Mateus, desviando os recursos. Alguns deles com uso de verba federal enviada para o combate à Covid-19. Segundo a Polícia Federal, Daniel da Açaí era o líder do grupo.
Em nota, a defesa de Daniel informou que segue confiante na Justiça e que "todos os valores encontrados foram declarados no imposto de renda, bem como perante à própria Câmara Municipal quando na posse no cargo de prefeito municipal. Todos os fatos serão esclarecidos e comprovados, momento que a verdade será restabelecida", diz o texto.
- O prefeito de São Mateus, Daniel Santana Barbosa, o Daniel da Açaí (sem partido), e empresários foram presos na manhã desta terça-feira (28) na Operação Minucius, da Polícia Federal.
- A operação teve a participação de 85 policiais federais de outros Estados devido ao volume de mandados a serem cumpridos: sete de prisão temporária e 25 de busca e apreensão, cumpridos em São Mateus, Linhares e Vila Velha.
- A Polícia Federal encontrou mais de R$ 400 mil em espécie na casa de Daniel da Açaí e outros R$ 300 mil na empresa do prefeito.
- Entre as acusações, as investigações apontam que Daniel da Açaí seria o líder um esquema de fraude em contratos para a aquisição de kit merenda e cestas básicas para o enfrentamento da pandemia da Covid-19.
- As apurações, segundo a Polícia Federal, indicam que o esquema fraudulento desviou recursos públicos em contratos que somam R$ 50 milhões. As empresas combinavam preço e desistência para fraudar licitações.
- Daniel da Açaí teria recebido de 10 a 20% de propina em obra de passarela no balneário de Guriri, segundo a PF.
- Documentos destruídos foram encontrados na casa e no gabinete do prefeito. A Polícia Federal suspeita de tentativa de destruição de provas.
- Após quebra de sigilo telefônico, áudios revelaram conversas entre suspeitos do desvio de dinheiro.
- A chefe de gabinete do prefeito é apontada como responsável por administrar empresas de Daniel da Açaí que estariam em nome de laranjas.
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