O vice-prefeito de Presidente Kennedy, no Sul do Espírito Santo, passou o dia se reunindo com secretários e setores do Executivo municipal para traçar um plano de administração na cidade. Dorlei Fontão da Cruz (PSD) assumiu o comando do município após a atual prefeita, Amanda Quinta (PSDB) um dos alvos da Operação Rubi , ter sido afastada do cargo pela Justiça e presa em flagrante, na última quarta-feira(08). A prefeita é investigada por suspeita de envolvimento em esquemas de superfaturamento de contratos e pagamento de propina.
Apesar de já ser o prefeito em exercício de Presidente Kennedy, Dorlei afirma que somente a partir da próxima segunda-feira vai "tomar o controle" da gestão do município. Quando questionado sobre como será o futuro da administração da cidade, ele preferiu não se manifestar. "Eu penso em fazer as coisas com transparência e trabalhar em prol do município. Mas prefiro não falar nada agora, pois ainda estou me inteirando de tudo e posso falar alguma besteira, algo que eu não possa cumprir", justificou.
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Dorlei também preferiu não estender comentários em relação à prisão de Amanda Quinta, da qual é aliado político, e de seu companheiro, o secretário de Desenvolvimento Econômico da cidade, José Augusto de Paiva. Outros dois secretários Leandro Rainha, de Assistência Social, e Miguel Ângelo Qualhano, de Obras também estão afastados das pastas a pedido do Ministério Público estadual (MPES) e caberá a Dorlei nomear os substitutos, o que deverá ocorrer na próxima semana. No momento, as secretarias estão sem gestores, mas os serviços estão mantidos, de acordo com a assessoria da prefeitura.
"Não há definição se os interinos continuarão ou não após a decisão judicial", completou a administração municipal, por nota, sobre os substitutos que serão nomeados.
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Eleito vereador por quatro mandatos, Dorlei Fontão era presidente da Câmara na época em que o ex-prefeito da cidade e tio de Amanda Quinta, Reginaldo Quinta (DEM) foi preso sob a suspeita de liderar uma quadrilha que desviou cerca de R$ 55 milhões dos cofres da cidade. Na época, Fontão também foi afastado do cargo em função da mesma operação deflagrada pela Polícia Federal, conhecida como Lee Oswald. Ele e outros três parlamentares
de criar uma espécie de escudo em torno do ex-prefeito. A Operação Rubi, deflagrada em 2019, não tem relação com a Operação Lee Oswald, de 2012.
NA CÂMARA
Já o presidente da Câmara de Presidente Kennedy, Thiago Viana (PTN), que é um dos opositores de Amanda Quinta na Casa, afirma que por enquanto os vereadores não pretendem fazer nada em relação à situação da prefeita afastada. A Câmara recebeu, nesta sexta-feira (9), uma notificação do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), que informou a notícia da prisão preventiva de Amanda.
"Estamos aguardando a Justiça. Não queremos meter os pés pelas mãos. O município já passou por isso há alguns anos e agora isso acontece novamente. É um desgaste muito grande", avaliou Viana, referindo-se à prisão de Reginaldo Quinta em 2012.
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