Um vídeo (veja abaixo) divulgado pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) mostra o ex-assessor de Gerson Camata (MDB), Marcos Venício Moreira Andrade, 66 anos, autor confesso do assassinado do ex-governador, falando sobre o crime logo após ter sido preso na tarde desta quarta-feira (26).
No vídeo, Marcos conta que atirou e saiu andando, e que depois do crime foi até a imobiliária de uma amigo, perto dali, tomar um remédio. Perguntado se além dele, havia a participação de outra pessoa no assassinato, Marcos afirmou que agiu sozinho.
Marcos contou que viu Camata indo para uma banca quando abordou o ex-governador e comentou sobre o dinheiro dele, que tinha sido bloqueado judicialmente por conta de uma ação impetrada pela vítima e, após uma discussão, efetuou o disparo.
Perguntado se costumava andar armado, Marcos afirmou que estava com a pistola por pretendia regularizar a arma, que estava com o registro vencido.
PRESO PELO ASSASSINATO DENUNCIOU CAMATA EM 2009
O ex-assessor de Gerson Camata (MDB) Marcos Venício Moreira Andrade, 66 anos, apontado pela polícia como o responsável pelo assassinato do emedebista, trabalhou com o político por cerca de 19 anos. A relação de confiança foi rompida de maneira conflituosa. Há dez anos, em 2009, Marcos denunciou um suposto caixa 2 de Camata ao jornal "O Globo".
Na época com 56 anos, Marcos relatou ao "Globo" mesadas de empreiteiras, recibos falsos de contas eleitorais e obrigação imposta a funcionários para que pagassem, com salários do Senado, despesas do então senador. As informações foram republicadas pelo Gazeta Online.
Camata sempre declarou que as acusações não eram verdadeiras. Também dizia que o ex-funcionário sofria de problemas psicológicos que comprometiam as alegações. As acusações de Marcos foram consideradas sem substância pela Justiça, que acabou o condenando a pagar indenização a Camata.
O vínculo de ambos começou ainda em 1986. A Marcos Andrade também cabia a administração financeira das campanhas eleitorais do ex-aliado. Ele disse ao "O Globo" que participou de três campanhas dele ao Senado (1986, 1994 e 2002) e outras quatro de sua mulher, Rita Camata, que foi deputada federal.
As denúncias foram publicadas pelo jornal "O Globo" no dia 19 de abril de 2009. No dia 30 do mesmo mês, Camata entrou na Justiça contra Marcos Andrade alegando crimes de injúria ou difamação. O processo segue ativo na Justiça estadual. Um processo também foi aberto na Justiça do Distrito Federal.
Segundo o secretário estadual de Segurança Pública, Nylton Rodrigues, Marcos Andrade confessou o crime de assassinato ao dizer que um processo movido por Camata contra ele resultou em bloqueio de cerca de R$ 60 mil de indenização.
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