A vereadora de Linhares Rosa Ivânia Euzébio dos Santos (PSDC), conhecida como Rosinha Guerreira, admitiu a promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) que praticou rachid que é a apropriação, pelo parlamentar, de parte dos salários dos servidores que atuam no próprio gabinete. Rosinha contou que recebia os valores em espécie.
Gravado no dia 26 de fevereiro do ano passado, o depoimento que compõe a investigação do Ministério Público Estadual (MPES) durou cerca de 15 minutos. Na mesma data, a vereadora foi ouvida pela 1ª Promotoria de Justiça Criminal e acabou presa preventivamente no Centro Prisional Feminino de Colatina. O vídeo do depoimento foi obtido com exclusividade pela TV Gazeta Norte.
Quatro dias depois, uma juíza determinou a soltura de Rosinha. Em janeiro deste ano, outra decisão, tomada por um desembargador do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), suspendeu o afastamento cautelar da Câmara de Linhares e ela pôde voltar à Casa Legislativa. O caso ainda segue tramitando na Justiça.
CONFISSÃO
Em um dos primeiros questionamentos, Rosinha admite que é verídica a informação de que parte dos salários dos servidores eram repassados a ela. No entanto, ela preferiu não citar quantos, nem quais funcionários participavam da ação. Ao todo, o gabinete da vereadora contava com 12 profissionais, todos comissionados.
FUNCIONAMENTO
Depois, o Gaeco pede explicações sobre como funcionava o esquema ilegal. Eu nunca abordei ninguém. Eu sempre mexi com muita gente e falava para eles (servidores) que assim (repassando parte dos salários) poderíamos ajudar mais gente, disse Rosinha.
DESTINAÇÃO
Em vários momentos do depoimento, a vereadora afirmou que o dinheiro era utilizado para ajudar pessoas da comunidade. Tenho muito convívio com todo mundo. Quando vinham me pedir ajuda, eu sabia quem precisava, tirava esse dinheiro e ajudava. Não sei mensurar quantas ajudei e prefiro não citar nomes, explicou.
MÃE DA VEREADORA
Entre as beneficiadas estaria a mãe de Rosinha, que recebia o tíquete-alimentação de um dos servidores da filha. A atitude, no entanto, não teria partido da vereadora. Minha mãe é muito pobre e ele sempre nos ajudou, mesmo quando a gente não era nada. Não fui eu quem pediu. Ele que se ofereceu por meio da filha, esclareceu.
DECEPÇÃO
Durante o depoimento, ela afirmou não saber se os ajudados haviam votado nela, nem se os eleitores dela estariam incomodados com a atitude. No final, ela fala que a campanha foi apertando as mãos das pessoas, pedindo credibilidade e dizendo que faria um bom mandato. Questionada se a conduta corresponderia ao prometido ela respondeu: não, não acho.
A DEFESA
Em nota, o atual advogado da vereadora Rosinha, Helio Maldonado, afirmou que essa confissão é artificial e que foi induzida pelo então advogado, que acompanhou o interrogatório, para que ela obtivesse decisão de revogação da prisão preventiva decretada. Além disso, ele garantiu que a parlamentar não cometeu o crime de rachid.
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