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Vidigal diz que vai cortar ao menos 35% dos cargos comissionados na Serra

Vidigal diz que vai cortar ao menos 35% dos cargos comissionados na Serra

Em entrevista à CBN Vitória, o prefeito eleito falou em preocupação com a queda na receita e o pagamento de créditos contratados com o governo federal

Publicado em 30 de novembro de 2020 às 18:05

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Prefeitura da Serra
Prefeitura da Serra deve passar por cortes nos próximos quatro anos. (Guilherme Ferrari)

O tom da entrevista concedida pelo prefeito eleito da Serra, Sergio Vidigal (PDT), à Rádio CBN Vitória, nesta segunda-feira (30), foi de mudança e até rompimento com o "modelo antigo" de gestão. Entre as promessas feitas por ele para alcançar uma "modernização" na administração está a redução da máquina pública, em "pelo menos" 35%. A redução é prevista no número de secretarias e de cargos comissionados.

A redução das pastas será dentro de uma nova perspectiva da gestão, já apresentada no plano de governo de Vidigal. A administração será orientada em quatro eixos: cidade humana, inteligente, criativa e sustentável. As pastas serão, portanto, alocadas dentro desses eixos.

"A tendência nossa é reduzir secretarias e cargos comissionados em pelo menos 35%. Vamos definir quantas (pastas) quando tiver no nosso projeto vamos dividir a administração em quatro eixos e a gente quer fazer secretarias alocadas a esses eixos. A gente vai reduzir secretarias, cargos, de forma que possamos melhorar e dar resposta mais rápida à população", garantiu.

Vidigal está indo para o quarto mandato, não consecutivo, à frente da prefeitura. Atualmente, ele é deputado federal. A preocupação do novo prefeito está na queda de arrecadação decorrente da crise sanitária e econômica causada pela pandemia do novo coronavírus e, também, em dívidas que precisam ser pagas ao governo federal. "Vamos assumir uma gestão com uma perspectiva de receita menor e com um comprometimento maior da receita, com operações de crédito feitas pelos gestores anteriores" pontua. 

O deputado se refere ao Financiamento à Infraestrutura e Saneamento (Finisa), operado pela Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil. No caso da Serra, pontua o próximo administrador, quase "R$ 350 milhões para investimentos" foram adquiridos e precisam ser pagos em até 10 anos. O financiamento foi feito no final de 2017, mas com um período de carência de dois anos, ou seja, o município começa a pagar a partir de 2021, no início do mandato de Vidigal.

Esse seria parte do motivo pelo qual o deputado enxerga, neste mandato, um novo desafio. "É um momento único, a administração pública exige dos novos gestores não somente que se modernizem, mas que coloquem uma equipe com essa nova visão de gestão pública (...) precisamos também desburocratizar algumas legislações do município com o código tributário, código ambiental, para facilitar a vinda de novos investimentos, fortalecer o empreendedorismo. É um desafio novo", assinalou.

Os cortes expressivos em cargos e secretarias seriam, de acordo com Vidigal, para não reduzir investimentos. Ele afirma que os gastos com custeio da administração e folha de pessoal ocupam 80% do orçamento do município e, por isso, seria o caminho reduzir a estrutura. "Não dá para dizer que vamos reduzir investimentos, temos que reduzir o custeio da máquina", pontuou.

PROMESSAS DE INVESTIMENTO NA SAÚDE E SEGURANÇA

Durante a entrevista o pedetista também pôde abordar promessas e medidas que considera prioritárias. Entre elas, citou duas que vão exigir investimentos nas áreas de saúde e segurança: diminuir o tempo de espera para consultas na atenção básica de 60 para 10 dias e alcançar a marca de 300 guardas municipais nas ruas.

O prefeito garantiu que a saúde é uma das prioridades da sua gestão e, para alcançar a promessa, vai investir na informatização do agendamento de consultas e na contratação de profissionais para os postos de saúde, como clínicos gerais e ginecologistas. Ele afirma que 80% dos pacientes que procuram as unidades de pronto atendimento poderiam ser atendidas em unidades de saúde nos bairros, o que desafogaria as UPAs.

Já para a Segurança Pública, Vidigal pretende convocar os guardas municipais que já estão concursados e, então, trabalhar para chegar a 300 guardas até o final de seu mandato. "Hoje nós temos pouco mais de 90 guardas municipais uma das nossas propostas é ampliar o efetivo da guarda. Vamos chamar o restante para completar as 170 vagas (oferecidas em concurso na atual gestão) e vamos preparar para ter cerca de 300 guardas", prometeu.

Além disso, Vidigal também defendeu o investimento em um cerco inteligente para prevenir roubos e a atualização dos equipamentos de videomonitoramento. "O videomonitoramento foi implantado em 2011, na nossa gestão, e a gente sabe que as ferramentas ficam obsoletas. Nós precisamos atualizar, é fundamental, por exemplo, o videomonitoramento com reconhecimento facial", pontuou. 

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