Nem todos os derrotados nas eleições de 2020 vão ficar sem abrigo na Serra em 2021. O prefeito Sergio Vidigal (PDT) nomeou para cargos no Executivo ex-vereadores, candidatos que já não tinham mandato e não conseguiram um lugar na Câmara municipal e até o vice de uma chapa que concorreu contra o próprio Vidigal.
A reportagem de A Gazeta localizou pelo menos oito pessoas que participaram da última eleição e agora compõem os quadros da prefeitura. Um deles é o secretário-geral do diretório municipal do PL na Serra, Flávio Serri, nomeado como assessor especial da Coordenadoria de governo, com salário bruto de R$ 11.285,02, segundo o Portal da Transparência.
Nome forte de Magno Malta (PL) na Serra, Flávio Serri, que também já atuou como diretor de Controle Interno da Câmara da cidade, foi coordenador de campanha do deputado estadual Alexandre Xambinho (PL), que concorreu contra Vidigal na disputa pela prefeitura. Xambinho ficou em 3º lugar e apoiou, assim como Serri, o atual prefeito no segundo turno.
Outro que concorreu contra Vidigal na disputa a prefeito no primeiro turno foi o vice da chapa do deputado estadual Bruno Lamas (PSB), Guilherme Lima (PSB). Segundo o DivulgaCand, site oficial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que reúne informações de candidatos, ele é bacharel em Direito e já atuava em um cargo comissionado antes das eleições.
Entre os ex-vereadores que não se elegeram no ano passado, três já estão atuando na prefeitura. Aécio Leite (PT) recebeu 1.221 votos para vereador, mas não foram suficientes para a reeleição. Sem mandato, Aécio foi nomeado assessor técnico parlamentar na prefeitura, com salário de R$ 4.380. Segundo os dados fornecidos pelo próprio Aécio à Justiça Eleitoral, ele possui ensino médio completo.
Fabão da Habitação (PSB) teve 1.953 votos e também não se reelegeu vereador. Após o fim de seu mandato, em 31 de dezembro de 2020, ele foi nomeado já na primeira semana de 2021 como assessor técnico da Secretaria Municipal de Habitação, com salário de R$ 4.380. Fabão também possui, segundo registro no DivulgaCand, ensino médio completo.
Já Stefano Andrade (PSD) não disputou a reeleição para vereador, mas, na prefeitura, também atua como assessor técnico da Secretaria de Habitação, com salário de R$ 4.380. Os três apoiaram Vidigal no segundo turno.
Outras três pessoas que não tinham mandatos, mas disputaram cadeiras de vereador no ano passado, já estão lotadas na administração. O professor Renato Ribeiro (Cidadania), do mesmo partido do vice de Vidigal, foi nomeado secretário adjunto de Turismo, Cultura, Esporte e Lazer. O salário é de R$ 5.986. Ele obteve 2.359 votos para o cargo de vereador em 2020.
Correligionária de Vidigal, Raphaella Serri (PDT) teve apenas 41 votos para vereadora, mas foi “eleita” pelo prefeito para ocupar o cargo de chefe da divisão de apoio administrativo, com salário de R$ 2.822. De acordo com o TSE, ela tem ensino superior completo e atuava como dona de casa antes das eleições.
Outro que também tentou uma vaga na Câmara foi André Montarroyos (PTB), que recebeu 812 votos na eleição. Ele vai atuar como coordenador de administração predial, função que não tinha salário informado até a última atualização no portal da transparência da Serra. Montarroyos é comerciante e tem ensino superior incompleto, segundo os dados do registro de candidatura.
Nos bastidores da política serrana, outros políticos sem mandato também são cotados para assumir um posto na prefeitura. O ex-vereador Basílio da Saúde (PSC), que já atua como servidor efetivo na Secretaria da Saúde, recebeu convite de Vidigal para atuar no Atendimento Pré-Hospitalar (APH), uma central de unidades móveis de saúde que o prefeito pretende reabrir no município. Basílio também foi convidado para atuar como comissionado na Câmara.
Outros dois ex-vereadores são cotados para o Executivo. Pastor Ailton (PSC), que apoiou a candidata a prefeita Gracimeri Gaviorno (PSC) no primeiro turno e Vidigal no segundo, é um deles. Antonio Boy do INSS (PDT) é do partido do prefeito e um dos nomes citados na distribuição de cargos na nova administração.
Questionado se as nomeações são fruto de indicações partidárias de aliados ou se obedecem análise de currículos, o prefeito Sergio Vidigal, por nota, disse apenas que “as nomeações e exonerações são de livre escolha do gestor de acordo com a capacidade técnica exigida pelos cargos”.
Inicialmente, esta reportagem informava que Flávio Serri, nomeado assessor especial da coordenadoria de governo da Prefeitura da Serra, é secretário-geral do PL no Espírito Santo. Na verdade, ele é secretário-geral do diretório municipal do partido na Serra. O texto foi atualizado e a informação, corrigida.
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