Os votos que os eleitores deram no dia 2 de outubro a 14 candidatos a deputado estadual que foram barrados da disputa, mas aguardam o julgamento de recurso da Justiça Eleitoral, podem mudar a composição da bancada eleita para a Assembleia Legislativa do Espírito Santo para os próximos quatro anos.
Ao todo, 20.347 votos recebidos por esses 14 candidatos foram incluídos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como "anulados sub júdice", pois os concorrentes que receberam a votação só estavam nas urnas porque têm recurso pendente de julgamento. Caso o recurso de algum deles seja acatado, consequentemente os votos do candidato serão considerados válidos e o cálculo do quociente eleitoral precisará ser refeito.
O quociente eleitoral é o resultado da divisão do total de votos válidos para o cargo pelo número de vagas em disputa. Sem esses 20 mil votos, o quociente para a Assembleia foi de 69.242 votos. Ou seja, cada partido que somou essa quantidade de votos ou ao menos 80% desse total garantiu uma vaga no Legislativo capixaba.
A entrada de novos votos válidos de qualquer legenda, mesmo que ela não tenha obtido votação suficiente para ficar com uma cadeira na Assembleia, impactará no quociente eleitoral e na definição dos eleitos.
Esses votos considerados anulados sub júdice foram dados a candidatos de DC, PTB, Rede, União Brasil, PSC, Patriota, PRTB, MDB, PP e PMB. Cinco deles receberam mais de 2 mil votos: Elias Kiefer (DC), Caléu (PTB), Cleone Batista (Rede), Dr. Nilton Baiano (União Brasil) e Jardel dos Idosos (PSC). A votação dos demais vai de 751 votos a 20 votos.
Mais votado do grupo, o ex-prefeito de Marechal Floriano Elias Kiefer teve 5.378 votos. Mesmo que ele tenha o registro de candidatura liberado, o DC não vai conseguiu atingir a quantidade mínima de votos para ficar com uma vaga na Assembleia. Porém, uma decisão favorável a ele resultará em um novo cálculo geral do quociente eleitoral.
Um novo quociente eleitoral pode mexer com todos os partidos, mas o impacto maior ficaria para os candidatos que foram eleitos por média — oito dos 30 deputados estaduais garantiram vagas assim em 2022 . Esses candidatos entraram na distribuição das "sobras", depois da divisão inicial do total de votos do partido pelo quociente eleitoral. De acordo com informações do TSE, PP, PDT, PSB, Cidadania, PL, Podemos e Republicanos ficaram com uma vaga cada, pelo menos, na distribuição das "sobras".
Diferentemente do DC, outros partidos que têm candidatos com votação sub júdice, como PTB, Patriota, PSC e União Brasil conseguiram ficar com ao menos uma cadeira, cada. Se os votos dados aos candidatos dessas legendas se tornarem válidos, a lista de eleitos pode sofrer alteração, saindo de um partido e indo para outro, por exemplo.
A maior parte dos recursos pendentes está aguardando decisão do TSE. A definição em relação a esses recursos deve ocorrer antes da diplomação dos eleitos, prevista para dezembro deste ano.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta