O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), afirmou na manhã desta quarta-feira (10) que o arquivamento da PEC do voto impresso sepulta de vez um assunto que não é prioridade. A declaração foi dada em entrevista à CBN Vitória. O projeto foi votado nesta terça-feira (10) na Câmara dos Deputados e rejeitado pela Casa.
Apesar do arquivamento da proposta do voto impresso, ideia defendida pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o governador capixaba ainda se mostrou preocupado com outra matéria em debate no Congresso: a criação do modelo de distritão e a volta das coligações propostas na PEC da reforma eleitoral.
Para Casagrande, a adoção desses sistemas “impedirá a renovação política e vai ser muito ruim para a política brasileira”.
A PEC da reforma eleitoral foi aprovada por uma comissão especial e segue agora para análise do plenário. Por se tratar de uma mudança na Constituição, precisará passar por dois turnos de votação com ao menos 308 votos favoráveis para seguir ao Senado.
O texto prevê a adoção do "distritão", para a eleição de vereadores e deputados estaduais e federais, ou o modelo proporcional, com a volta da possibilidade de partidos se coligarem entre si. Esta foi abolida na minirreforma eleitoral de 2017.
A proposta também previa que a decisão do plenário serviria somente como transição para um outro modelo, o chamado "distritão misto". No entanto, esse trecho foi derrubado pela comissão.
Nenhuma eleição geral aconteceu após a reforma eleitoral que foi recentemente aprovada.
“Ainda não tivemos nenhuma eleição. Com a atual regra eleitoral, mesmo quando o partido lança 20 candidatos e ele apenas dois ou três, muitas vezes, quem não se elegeu se projeta em outros cargos na política, o que permite a renovação de quem está representando a população. O distritão vai ser muito ruim para a política brasileira, porque vai impedir essa renovação”, avaliou.
Renato Casagrande afirmou que o arquivamento da PEC do voto impresso foi positivo para o país.
Sobre o fato de que a maior parte dos deputados federais do Espírito Santo votou a favor do voto impresso, Casagrande disse que a pressão popular em torno do assunto deve ter sido o motivo que explica os posicionamentos.
“Acredito que alguns parlamentares votaram por pressão popular ou por causa do posicionamento do partido. Esse assunto não é prioridade atualmente e o resultado sepultou de vez a possibilidade de retrocesso”.
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