Durante evento que discutiu perspectivas futuras para o cenário político brasileiro, o governador reeleito do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), voltou a declarar que articulará com o governo federal, que será chefiado por Lula (PT), em prol do Estado e do país.
“Eu vou ajudar o presidente Lula, quero que vocês saibam disso. Eu vou ajudar ele a governar esse país. Se ele fez isso, fez aquilo, a Justiça decide a vida dele, o que vai ser. Mas eu tenho responsabilidade com esse país”, declarou.
A fala aconteceu na tarde desta quinta-feira (3), durante a 10ª edição do Fórum Liberdade e Democracia, promovido pelo Instituto Líderes do Amanhã, em Vitória. Casagrande participou de um painel que reuniu ainda o deputado federal reeleito Marcel Van Hattem (Novo-RS), e Luiz Philippe de Orléans e Bragança, deputado federal reeleito (PL-SP) e herdeiro da família imperial brasileira. Ambos criticaram a eleição de Lula para a Presidência da República e prometeram se opor às pautas do governo eleito.
“Eles estão no papel, os nossos dois amigos deputados estão no papel deles (de oposição), do partido político, do debate ideológico, um debate importante que deve ser feito no Congresso. Já fui deputado federal, já fui senador da República, conheço bem este papel do Parlamento. Mas agora o meu papel como governador do Estado é fazer esse Estado continuar dando bons exemplos de gestão fiscal e bons exemplos de gestão da administração pública”, insistiu Casagrande, que lembrou a promessa feita durante a campanha, de tentar dialogar com qualquer que fosse o governo eleito.
O governador observou que Lula sai de uma eleição polarizada, e que conseguir apoio no Congresso pode ser uma tarefa desafiadora. Entretanto, frisou que o presidente eleito, que já ocupou o cargo em outros dois mandatos, tem boa capacidade de articulação e deve perseguir esse objetivo a fim de avançar com ações de seu governo.
“Nós, governadores, precisamos compreender também que é a hora da gente pacificar os nossos Estados. A gente está dizendo que ele (Lula) tem que pacificar o país e lançar pontes para onde ele não tem um ambiente de bom relacionamento. Ele tem que buscar isso, conviver em ambiente em que ele não tem apoio. Nós também, nos Estados, temos que fazer isso porque o tensionamento permanente da sociedade pode não permitir que a gente construa um ambiente de confiança para os investidores. Esse é o caminho que eu vou perseguir estado e vou colaborar para que a gente tenha isso no nosso país.”
Durante o evento, painelistas também elogiaram a boa gestão fiscal do Estado, ponto que foi reforçado por Casagrande. O governador lembrou, porém, que foi criticado, durante a campanha, por poupar recursos quando havia tantas demandas.
“Na minha primeira gestão desse Estado, levei o Estado a ser a nota máxima em gestão fiscal, e, de lá para cá, passou meu governo, passou o governo do Paulo (Hartung), passou pelo meu governo de novo e agora vamos entrar no meu governo de novo em 2023 e nós vamos continuar com a boa gestão fiscal, com capacidade de investimento, com recurso em caixa sim, em poupança para enfrentar desafios. Eu não sei quando vem uma pandemia, não sei quando vem uma chuva. O Estado tem que ter recurso em caixa para poder fazer o tratamento dos desafios.”
O chefe do Executivo capixaba defendeu a necessidade de compreensão de diferentes projetos, independentemente do partido, e ainda ironizou. “Essa é a gestão fiscal que nós temos no Estado do Espírito Santo é do Partido Socialista Brasileiro.”
O governador contou ainda que esteve com o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), em São Paulo, na quarta-feira (2). O tema do encontro não foi abordado. Questionado se tomou conhecimento de algum detalhe a mais sobre o plano econômico que pretende ser adotado pela equipe de Lula, o governador declarou que não.
Na avaliação de Casagrande, entretanto, as políticas econômicas devem ser “mais de centro”, justamente para que seja possível conseguir mais apoio no Congresso.
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