Percorrendo o país para consolidar seu nome na disputa à Presidência da República, a senadora Simone Tebet (MDB/MS) fez uma rápida passagem pelo Espírito Santo nesta sexta-feira (15), trazendo na bagagem um discurso de combate à fome, às desigualdades e ao desemprego. Ela se projeta como uma candidata da chamada terceira via — nem à direita, nem à esquerda do espectro político — e, particularmente, faz um apelo ao eleitorado de que "a voz feminina precisa ser representada" na política nacional.
Nesta semana, a pré-candidata emedebista lançou o jingle "Ela sim, eles não", numa clara referência à polarização da disputa entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual mandatário do país, Jair Bolsonaro (PL).
"Não interessa para o Brasil este clima beligerante. A questão não é direita e esquerda, é olhar para o norte e apresentar solução para os reais problemas do país. Erradicar a miséria, diminuir a pobreza, a desigualdade social. Garantir a transferência de renda porque há milhões passando fome, possibilitar educação de qualidade", pontuou Simone Tebet ao chegar ao Cerimonial Oásis, em Vitória, onde foi realizado o encontro do MDB, com Cidadania e PSDB, para receber a senadora.
A emedebista ressaltou que representa uma candidatura de centro e a maioria da população brasileira, isto é, as mulheres. "É a voz feminina que precisa ser representada. Aqui no Espírito Santo, a senadora Rose de Freitas (MDB) — que vai disputar a reeleição para a única vaga ao Senado Federal pelo Estado — é uma das poucas com condições de fazer esse papel. Não podemos diminuir o número da bancada, de mulheres falando sobre o que nós mulheres precisamos e queremos para nossas vidas. Nossa candidatura tem, sim, o propósito de colocar mais mulheres na política", frisou.
Durante seu discurso, por diversas vezes mencionou os problemas sociais por que passa o Brasil, porém não falou em iniciativas para enfrentá-los. Ela afirmou que as propostas estão sendo construídas "a muitas mãos." Para Simone Tebet, entretanto, a partir do momento que o país tiver um governo estável e equilibrado, parceiro da iniciativa privada, vai atrair investimentos, equilibrar as contas públicas e reduzir o custo de vida da população.
Simone Tebet se propõe a ser uma alternativa, mas ainda não está no radar da maioria do eleitorado brasileiro. Em recente pesquisa do Datafolha, o nome da pré-candidata emedebista era desconhecido de mais de 70% das pessoas. Questionada sobre as estratégias para ser reconhecida e, mais que isso, ganhar votos, ela falou que as viagens pelo país, conversando que a população, devem mudar esse cenário.
"Uma das formas é andando por todos os Estados como estamos fazendo, mostrando para o Brasil o momento difícil que vivemos e que é hora de buscar alternativas. Não é olhar para o passado, que já não nos atende mais, muito menos permanecer no presente. Com propostas equilibradas para o Brasil, acabando com esse 'nós contra eles', devolver o país aos brasileiros. Falar menos de Lula e Bolsonaro, e mais de Brasil", defendeu.
Simone Tebet reforçou que sua política é fazer propostas afirmativas, sem ataques, e com soluções concretas para construir um país diferente do atual. Apesar de dizer que não queria falar de Bolsonaro, ao ser questionada sobre a gestão do atual presidente e as declarações dele sobre mulheres, a senadora foi enfática: "Ele não representa só as mulheres, mas todo o povo brasileiro. Ele não é um bom presidente para o Brasil."
Durante a visita ao Espírito Santo, Simone Tebet teve um encontro com Renato Casagrande (PSB), que já declarou seu voto em Lula. A emedebista assegurou que o partido estará no palanque do governador que vai disputar a reeleição e aguarda, como contrapartida, a confirmação do apoio do socialista a Rose de Freitas para o Senado.
Após a reunião, que teve ainda a participação de outras lideranças políticas, Casagrande fez publicação em suas redes sociais, elogiando Simone Tebet.
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