A Serra é única cidade do Espírito Santo em que a disputa pelo comando do Executivo municipal só será decidida no segundo turno de votação, marcado para o dia 27 de outubro. Estão no páreo Weverson Meireles (PDT), ex-secretário de Estado de Turismo, e o deputado estadual Pablo Muribeca (Republicanos), primeiro e segundo colocados no primeiro turno, respectivamente. Apesar de liderar as pesquisas de intenção de voto durante a fase de campanhas, o ex-prefeito Audifax Barcelos (PP) terminou a corrida eleitoral em terceiro lugar e deu adeus ao sonho de um quatro mandato à frente do município serrano.
Os dois candidatos já receberam apoio de parte dos candidatos que disputaram a Prefeitura da Serra nas eleições deste ano, mas foram derrotados nas urnas. Wylson Zon, candidato a prefeito pelo Novo, declarou apoio a Pablo Muribeca no segundo turno. Ele terminou a corrida eleitoral em sexto lugar, com 0,38% dos votos válidos.
A expectativa era que Muribeca, por possuir identificação político-partidária com o PL, também recebesse apoio declarado do vereador Igor Elson (PL), que saiu da disputa para prefeito da Serra com 7,66% dos votos válidos, encerrando a participação no pleito na quarta colocação. No entanto, conforme mostrou a colunista Letícia Gonçalves, de A Gazeta, o parlamentar e sua legenda na cidade optaram pela neutralidade, não apoiando nenhum dos dois candidatos.
O candidato do PT, Professor Roberto Carlos, quinto colocado na corrida pelo Executivo serrano, com 3,07% dos votos, fez vídeo e encaminhou comunicado, dois dias após o primeiro o turno, realizado no dia 6, declarando apoio a Weverson. Conforme o petista, o candidato lançado por Sergio Vidigal (PDT), atual prefeito da cidade, tem melhor projeto de governo para a população.
O que acontece é que a manifestação de apoio do candidato petista não surtiu efeito positivo no núcleo pedetista, principalmente entre a equipe que coordena a campanha de Weverson. No último sábado, o PDT municipal, presidido por Alessandro Comper, se manifestou, por meio de nota oficial, negando a declaração de Roberto Carlos.
De acordo com Comper, nunca houve qualquer movimento do PDT em busca de apoio do PT para reforçar a candidatura de Weverson no segundo turno das eleições.
“Não buscamos nem pretendemos formalizar alianças com outros partidos além dos que já fazem parte do nosso grupo”, reforça o presidente que, no comunicado, ainda cita que o candidato do partido tem sido alvo de fake news. Vale ressaltar que o apoio do petista é oficial e foi feito pelo próprio em suas redes sociais, não se tratando, portanto, de uma notícia falsa ou descontextualizada.
A fala do dirigente do PDT na Serra tem a ver com fato de o PT ser um partido com grande resistência entre os leitores da Serra. O candidato da legenda inclusive liderou os índices de rejeição na cidade durante as pesquisas de intenção de voto. Procurado para comentar a afirmação de Alessandro Comper, Roberto Carlos frisou que sua manifestação é pessoal. “Não há uma aliança formal entre os partidos. A minha posição é de defender o voto em Weverson; é uma declaração de voto”, disse.
Responsável por indicar a servidora Nilza Cordeiro como vice na chapa de Audifax, o PSDB decidiu fechar apoio a Weverson, surpreendendo o mercado político. No Espírito Santo, o PSDB é presidido pelo deputado estadual Vandinho Leite. A reunião entre o tucanato capixaba e os representantes do PDT para definir o apoio na segunda etapa de votação aconteceu na quarta-feira (9).
"Diante do cenário do segundo turno, acreditamos que o Weverson é o mais preparado para governar a cidade", afirma Vandinho, no comunicado em que confirma o apoio à chapa do PDT.
Audifax Barcelos (PP), que teve 23,96% dos votos válidos no primeiro turno, decidiu se manter neutro e não declarar apoio a nenhum dos dois candidatos que seguem na disputa pela Prefeitura da Serra. A mesma postura será adotada pelo partido dele, o Progressistas, conforme afirmou o presidente estadual da legenda, deputado federal Da Vitória.
“Sempre disputei eleições de forma muito limpa e correta. Os projetos que apresentei para a cidade eram projetos grandes, maiores e melhores para a cidade. Considerando as histórias que vão disputar o segundo turno, que são histórias desconhecidas, duas candidaturas que são diferentes de tudo que acredito. A cidade corre riscos, em questão dessas coisas que coloquei. Diante disso tudo, eu, juntamente com meu partido, não ficaremos com nenhum dos dois candidatos”, afirma Audifax.
Já Da Vitória garante que a postura do PP é a de seguir fielmente o entendimento de Audifax. “Nosso posicionamento é de endossar a posição da nossa maior liderança na Serra. Nem sempre ganhar uma eleição é ter sucesso. Sempre fica uma identidade e construção de novas ideias”, aponta o deputado federal.
Desde o final do primeiro turno, o candidato Antonio Bungenstab, do PRTB, que teve 0,07% dos votos para prefeito na Serra, tem sido procurado para falar sobre quem vai apoiar no segundo turno do pleito. Ainda não houve retorno aos contatos feitos pela reportagem.
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