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Weverson quer promover reforma administrativa e reduzir gastos na Serra

Weverson quer promover reforma administrativa e reduzir gastos na Serra

Em entrevista, o prefeito eleito, que tomará posse no próximo dia 1º, afirma estar comprometido em solucionar gargalos na cidade, entre eles a dificuldade no acesso a serviços de saúde

Publicado em 27 de dezembro de 2024 às 08:02

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Weverson Meireles, prefeito eleito da Serra
Weverson Meireles esboçou preocupação em minimizar os gastos da máquina pública. (Vitor Jubini)

Eleito no segundo turno das eleições deste ano com 60,48% dos votos válidos (138.071 votos) para comandar a Prefeitura da Serra pelos próximos quatro anos, Weverson Meireles (PDT) garante que um dos seus primeiros atos como novo chefe do Executivo serrano será "enxugar os gastos e otimizar os serviços" na cidade. O prefeito eleito ainda pretende uma reforma administrativa, bem como mudanças no secretariado atual.

Weverson, que será empossado no cargo na próxima quarta-feira, dia 1º de janeiro, também afirma estar comprometido em solucionar, ainda no primeiro ano de sua gestão, gargalos que perduram na Serra, entre eles a dificuldade no acesso a serviços de saúde, os problemas relacionados à mobilidade urbana e à segurança na cidade. A entrevista com o pedetista faz parte de uma série de A Gazeta com os prefeitos eleitos da Grande Vitória sobre projetos e desafios para o mandato de 2025-2028. Confira a conversa na íntegra ao final da reportagem.

Ainda na conversa com a reportagem, realizada em um imóvel alugado pelo PDT para atividades partidárias, em Parque das Laranjeiras, na Serra, Weverson falou sobre os desafios de ser o sucessor de Sergio Vidigal (PDT), seu padrinho político e principal apoiador; sobre a relação que pretende ter com a Câmara de Vereadores; e, também, sobre a possibilidade de ter sua vice, a delegada Gracimeri Gaviorno (MDB), compondo o alto escalão de seu governo. A expectativa, segundo os bastidores, é que ela assuma a pasta da Segurança Pública.

Mesmo em meio às falas otimistas sobre o "début" como prefeito da Serra, Weverson esboçou, por mais de uma vez, preocupação em minimizar os gastos da máquina pública, focando em um modelo mais eficiente de prestação de serviços à população.

Vale destacar que dados do Tribunal de Contas do Espírito Santo (TCES) mostram que o caixa da Prefeitura da Serra já bateu o limite constitucional de alerta. Embora ainda esteja em situação confortável no que se refere especificamente aos gastos com pessoal neste ano, as despesas totais da cidade já chegam a quase 90% da receita em 2024. Conforme a Corte, o município já gastou R$ 2,20 bilhões dos R$ 2,48 bilhões previstos no Orçamento. As despesas correspondem a exatos 88,74% das receitas.

A Constituição prevê que, ao ultrapassar 85%, o Poder Executivo deve implementar medidas de ajuste fiscal para equilibrar as contas públicas. 

Como estão as expectativas para assumir o comando da Prefeitura da Serra?

  • A Serra vem de uma gestão extremamente exitosa. Sergio (Vidigal) conduziu grandes conquistas para a sociedade e agora a expectativa é de continuar no caminho certo. Manter as grandes conquistas e avançar muito mais, com muita inovação e modernidade.

Quais devem ser os principais atos do senhor logo nos primeiros dias de mandato?

  • Nos primeiros dias de governo, nós vamos olhar a otimização dos gastos públicos. Não só para o gasto com pessoal, mas também para algumas prestações de serviço, em que temos condições de otimizar aquele gasto. O que não podemos, em momento algum, é permitir a redução da qualidade do serviço prestado.

Seria uma reforma administrativa, então?

  • Vou ter uma equipe exclusiva para olhar para a otimização do gasto público, porque já vimos, no passado, alguns gestores tomando a decisão de fazer cortes lineares, e isso já não é o que tem de mais moderno na gestão pública, porque, se fizer um corte linear, pode às vezes prejudicar espaços de debate da política pública que não têm a mesma proporção.  Por exemplo, tem uma secretaria que tem um quadro X de servidores e outras secretarias que têm um quadro quatro vezes maior de servidores. Então, precisa ter muito cuidado ao fazer qualquer tipo de corte linear.  Teremos, sim, uma reforma administrativa na gestão municipal.

Essa reforma administrativa envolve, entre outras ações, a redução no número de secretarias na cidade?

  • Não. Nós estamos em fase final de estudo sobre como vamos entregar na ponta a melhoria da qualidade do serviço. Nem sempre quando falamos numa reforma administrativa, estamos falando em reduzir o número de secretarias. 

Sobre o secretariado, o senhor pretende trocar todos os nomes? Vai manter os que estão à frente das principais pastas na cidade? Quais serão as novidades?

  • Alguns serão mantidos e nós teremos também novas pessoas conosco.

Sua vice, a delegada Gracimeri Gaviorno, vai assumir um cargo de secretária na gestão? Ele pode ser confirmada secretária de Segurança na Serra?

  • Ela (Gracimeri) tem condições de assumir qualquer secretaria dentro da gestão preparada, tem uma história de entrega ao serviço público. Não está descartada como secretária de Segurança, não.

Prefeito, a demora no acesso a serviços de Saúde, como consultas e exames, na Serra é uma das principais queixas dos moradores da cidade. Como o senhor pretende tratar essa demanda no município?

  • A gestão do Sergio já está deixando isso muito bem encaminhado. Nós temos a cidade 100% coberta pela estratégia de saúde da família. A gestão do Sergio chega a mais de 70% da cidade coberta pela estratégia da família e nós vamos chegar, ainda no nosso primeiro semestre da gestão, com 100% da cidade coberto pela estratégia da família. Com isso, a gente passa a desafogar as unidades de saúde. A ideia é termos condições de aperfeiçoar, também, o agendamento on-line. Vamos investir na contratação de mais profissionais da área de Saúde, bem como na contratação de mais médicos em parceria com o governo do Estado e com o governo federal.

A cidade também gargalos na mobilidade urbana. Como está o andamento das intervenções no trecho municipalizado da BR 101 que corta a Serra?

  • Já estive com o Fábio Damasceno (secretário de Estado de Mobilidade e Infraestrutura) e com o governador (Renato Casagrande). São 31 quilômetros de via que serão municipalizados. Eu e Vidigal já estivemos em conversa com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e com a Eco-101 (concessionária da BR 101), há uns 15 dias. Agora, a Eco devolve o trecho ao Dnit, que, por sua vez, o doa ao município. A Serra já iniciou a elaboração dos projetos de municipalização. Todos serão disponibilizados para o Estado (governo). Estamos em um diálogo com o secretário Fábio Damasceno para podermos agilizar a finalização esse processo. A ideia é que haja uma gestão compartilhada entre Estado e município.

Umas das pautas da campanha do senhor foi a criação de uma terceira via urbana ligando Vitória e Serra. Pretende dar prioridade a esse projeto ainda nos primeiros meses de gestão?

  • O Senado Federal aprovou uma operação de crédito de R$ 57 milhões. Essa operação está vinculada a duas grandes intervenções, entre elas a terceira ligação. Nós vamos ligar a Praia de Carapebus, na Serra, a Jardim Camburi, em Vitória; a ligação do Civit II à BR 101, passando por cima da Norte Sul, por trás do Bairro Taquara. São essas duas obras que estão vinculadas a essa operação de crédito.

O partido do senhor, o PDT, conseguiu fazer a maior bancada na Câmara de Vereadores, visando à próxima legislatura. De que forma isso pode ser benéfico para sua gestão?

  • A Câmara Municipal tem autonomia e é um poder fiscalizador do Executivo. Tenho boa relação com grande parte dos vereadores que estão lá.  Uma relação no sentido de bom diálogo. Tenho certeza de que ter a maior bancada do PDT significa facilitador na elaboração de novos projetos para a cidade.

Recentemente, a Câmara de Vereadores aprovou o reajuste de salário de prefeito, vice e secretariado. Qual  é a sua opinião sobre o assunto?

  • Olha, quem aprovou foi a Câmara Municipal. Esse é um debate que está no âmbito dos mandatários, né? Eu ainda não assumi o mandato. Disputei a primeira eleição na minha vida e tive a confiança da população em conduzir a cidade. Posso afirmar que serei o funcionário público número 1 da cidade da Serra.

O Legislativo também aprovou, às vésperas do final do mandato, projetos de autoria do Executivo que modificam o código de conduta da Guarda Municipal, limitando, de certa forma, a atuação desses agentes. As matérias geraram debates e questionamentos. O que senhor acha dessas propostas aprovadas pelos vereadores?

  • Eu não participei desse processo, até porque eu não estou no mandato ainda, né? Assumo no dia 1º de janeiro. Mas aquilo que pude acompanhar, entendo que precisamos pensar e agir na magnitude da grandeza que é a nossa cidade. 

O senhor foi eleito como tendo como principal padrinho e apoiador o prefeito Sergio Vidigal, que deixa o cargo no próximo dia 31. Qual será o papel dele em sua gestão?

  • O Vidigal, no que tange à  vida pública, decidiu tocar a vida e não participar desse momento de vida pública. Mas eu tenho esse privilégio de estar ao lado dele, de ouvir mais da sua experiência.

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