A onda veio na altura das árvores, arrastando tudo, como se fosse um tsunami. Era noite de sexta-feira (17), quando Marcos José Inácio presenciou essa cena, na comunidade de Ilha de Santo Inácio, na Zona Rural de Iconha. Depois das fortes chuvas, ele e outros moradores da região relataram o drama que estão enfrentando há uma semana.
Da casa de Marcos José não sobrou nada. A água do rio veio de cima e arrancou uma ponte inteira. No que arrancou, pegou força e foi invadindo as casas. Eu falando assim parece uma coisa absurda, mas foi uma coisa monstruosa. Nunca vi isso na minha vida e quem vive aqui há mais tempo também nunca viu nada igual, contou.
Quem também perdeu tudo foi Maria das Neves Menegardo Coelho. Na casa dela, a água barrenta atingiu um nível superior à altura da moradora. Nas paredes que sobraram da estrutura, sinais do desastre que passou por ali: paredes que eram brancas estão manchadas; rachaduras vão até o teto e o chão está cheio de barro.
Filha de Maria das Neves, Leia Menegardo Coelho também lembra bem do momento de desespero vivido por ela e pela família. Foi o tempo do meu irmão levar o carro para uma quadra que, quando ele voltou, a água já estava tomando a casa. Só deu tempo dele levar a mamãe para a casa de cima e jogar os cachorros para lá, contou.
Moradora da Ilha de Santo Inácio há 38 anos, Luziane Viana Fambre Volponi viu o cunhado e o marido virarem heróis depois de resgatar a vizinha. Pela graça de Deus, eles conseguiram subir ela por uma escadinha, pulando o muro de cima da casa. Como ela é hipertensa, ela chegou na casa da minha cunhada muito mal", afirmou.
Quando a água baixou, os dois voltaram à residência da vizinha e encontraram tudo destruído. "A geladeira dela veio parar na frente da minha casa. Mas eu ainda achava que só a área de serviço e da cozinha tinham sido danificadas", disse. "Mas a água veio fazendo um desastre total", completou.
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