Um advogado cachoeirense, sensibilizado com os danos que a enchente do último sábado (25) causou em casas e comércios do município, resolveu doar a quantia de R$ 1 milhão aos atingidos pelo desastre. Sérgio Bermudes, que hoje mora e atua no Rio de Janeiro, disse que ficou chocado com a situação do município.
Recebi vídeos e fotos e fiquei muito triste, muito chocado. Vi um pedaço da minha história ser atingida. A Praça Jerônimo Monteiro, as pontes onde passei, a escola onde estudei, tudo alagado, afirmou o advogado, que já transferiu o dinheiro para a conta de um amigo, em Cachoeiro.
O valor doado está sendo administrado pelo amigo de Bermudes, que também é advogado, Wilson Márcio Depes. Somos amigos de infância e tenho plena confiança nele. Ele é quem irá decidir sobre a distribuição desta doação. Deixei ele decidir, disse.
Wilson contou que não se surpreendeu com a atitude do conterrâneo. Sérgio é consultor do meu escritório e meu amigo de infância. Em virtude da situação que Cachoeiro se encontrava, ele ficou sensibilizado, emocionado e pediu para que eu coordenasse as doações. Não esperava nada diferente vindo de Sérgio, um homem nobre, gentil e com grande amor por Cachoeiro. Mesmo longe, sempre está conectado ao que acontece na cidade, contou Depes.
Sobre a decisão do valor a ser doado, o advogado disse que considerou uma quantia que estava ao seu alcance. Foi na medida das minhas possibilidades.
A primeira providência, segundo Depes, será ajudar o Hospital Evangélico de Cachoeiro de Itapemirim (HECI) que suspendeu as cirurgias eletivas, uma vez que os suprimentos e medicamentos foram afetados durante o alagamento do depósito.
Os outros direcionamentos serão decididos nesta quarta-feira (29), em uma reunião com o prefeito de Cachoeiro, Victor Coelho. Me reunirei com o prefeito amanhã para levar ajuda mais rápido a quem mais necessita, acrescentou.
Sérgio Bermudes nasceu e viveu em Cachoeiro de Itapemirim até concluir o ensino fundamental, antigo ginásio. Depois, saiu do país para estudar e iniciar a carreira na advocacia. Eu morava no bairro Independência, nasci na rua Moreira e depois fui para a Rua Ari Lima. Estudei no grupo escolar Graça Guárdia e no Liceu Muniz Freire, explicou.
Atual morador do Rio de Janeiro, e mesmo com várias experiências fora do país, em cidades dos Estados Unidos e da Europa, Bermudes falou que sempre fez questão de manter o contato com os amigos de Cachoeiro de Itapemirim. Vivi em Cachoeiro até a década de 80 e sempre mantive o vínculo com meus amigos na cidade.
Filho do também advogado Aylton Rocha Bermudes, de 99 anos, Sérgio é especialista na área civil e atua na advocacia desde 1970, com escritórios nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, além de correspondentes fora do Brasil.
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