O agricultor José Hermenegildo da Silva, mais conhecido como José Prego, tem certeza que foi salvo pela proteção divina. Poucas horas antes de parte da sua casa desabar, após um deslizamento de terra, na zona rural de Iúna, ele teve um sonho. Uma jovem apareceu para ele, iluminou toda a residência, e deitou em sua cama, ao lado dele e da esposa.
"Era uma jovem muito, muito linda mesmo. Todos os cômodos da minha casa estavam iluminados. Eu andava por eles e estava tudo claro, muito claro. Depois ela deitou na cama", relata.
No alto da sua cama, Prego mantinha um crucifixo e um terço, além de um quadro com a seguinte frase: "Crê no senhor Jesus e será salvo, tu e a tua casa (Atos 16:31)". Tudo permaneceu no lugar, mesmo após o desabamento.
Pouco antes de se deitar na cama, Prego estava no sofá da sala. Foi exatamente a área onde estava que foi destruída pelo desabamento. Os móveis que estavam na sala ficaram soterrados por lama e entulho. Até a viga que sustentava o terraço da casa foi levada. Ele conseguiu escorar a casa com um tronco de árvore.
Prego conta que logo após ouvir um estrondo, pulou pela janela de seu quarto e foi ver o que tinha acontecido. Foi quando descobriu o desabamento. Voltou para o quarto e lá permaneceu com a esposa, Terezinha Joana Teodoro da Silva, até que a chuva diminuísse. Depois se abrigou na casa de vizinhos. "Não tinha alternativa, ficamos preocupados, mas chovia forte na hora", relata.
O agricultor mora na comunidade de Boa Sorte, zona rural de Iúna. O deslizamento ocorreu no cafezal de sua propriedade. Um volume de terra desceu pela encosta e foi parar atrás da casa dele. A força da lama com a chuva fez desabar parte da casa dele e seguiu levando o entulho pelo córrego lateral.
O acesso à casa de Prego também foi muito afetado. A estrada possui oito pontos de interdição, impedindo a passagem de carros.
Mesmo com o fim das chuvas em Iúna, e o início dos trabalhos de desobstrução de estradas, alguns distritos do município devem continuar isolados por pelo menos duas semanas. De acordo com o Corpo de Bombeiros, a queda de barreiras e pontes impede que os militares tenham acesso total a certas regiões rurais.
Segundo a Prefeitura de Iúna, todos os pontos de alagamento no município já foram extintos, mas cerca de 30% das comunidades rurais ainda permanecem isoladas. Nestes locais, só é possível chegar de moto ou a pé, para prover serviços básicos.
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