Após o Rio Itapemirim subir mais de seis metros neste sábado (25) e alagar vários bairros em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo, comerciantes começaram o trabalho de limpeza e de calcular os prejuízos ao longo deste domingo (26).
Na região do centro de Cachoeiro, comerciantes relatam que a água atingiu um nível que ainda não havia alcançado em outras enchentes. Algumas lojas ainda não conseguiram abrir as portas nesta manhã (26), porque a água ainda tomava conta das ruas.
"Nunca tinha visto isso aqui. Em 2010, que teve uma grande enchente, veio um pouquinho de água, coisa de centímetros dentro da loja, dessa vez subiu 2m dentro da loja. Perdi 90% do que estava ali dentro", contou Elias dos Santos, que tem uma loja de ar condicionado.
Herculano Aguiar, tem uma farmácia e aproveitou que a água começou a baixar para iniciar a limpeza do estabelecimento. "Estamos tentando fazer uma limpeza, mas, o pior de tudo é que só tem um pouco de água na caixa. A água aqui dentro chegou na altura do peito e molhou bastante mercadoria, mesmo eu conseguindo guardar algumas coisas no segundo andar. Agora é bola para frente, porque a vida vale mais", relatou.
Outro comerciante que conseguiu abrir a loja, na manhã deste domingo (26), para iniciar a limpeza é Henrique Albernaz. Segundo ele, ninguém na rua acreditava que a água chegaria num nível tão alto e ainda será preciso pelo menos quatro dias para retomar o funcionamento normal.
"Tem nove anos que tenho loja aqui e a situação foi devastadora, principalmente, porque a gente não acreditava que a água ia passar do poste, como já foi outra vezes, mas veio a água e com muita violência. Quando vi que ia chegar, consegui salvar algumas mercadorias mas os móveis, eu perdi todos. O domingo é de limpeza. Vamos para luta de novo", contou.
O tabelião Robson Maciel contou que quando recebeu o alerta do aumento do nível do rio, foi até o cartório para retirar os arquivos, mas não conseguiu salvar toda a documentação antes que a água chegasse.
"Colocamos uma parte dos livros no carro e demos a primeira viagem, mas quando voltamos para buscar mais, já tínhamos perdido muitos arquivos porque a água já havia entrado. O difícil é que a alma do cartório é a informação, e mesmo que parte esteja digitalizada, algumas atualizações eram no papel. Então é uma perda de memória."
Maciel ressaltou também que esta foi a primeira vez que a água atingiu um nível tão alto em Cachoeiro. "Nesse endereço nunca tinha acontecido isso, inclusive eu conversei com pessoas que são ainda mais antigas aqui da rua e me garantiram que a água não chegaria aqui. Foi a primeira vez que a água chegou nesse nível da rua e subiu mais de um metro aqui, perdemos arquivos, móveis e computadores."
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