As chuvas que atingiram a região Sul do Espírito Santo no final do mês passado, deixaram para os moradores, além de lama e destruição, o perigo iminente das doenças infecciosas. Passada a enchente, os municípios começam a contabilizar casos suspeitos de leptospirose. A doença é provocada pela exposição direta ou indireta à urina de animais infectados - como ratos -, por meio do contato com água, solo ou alimentos contaminados.
Em apenas dois municípios vizinhos há 19 casos suspeitos da doença. Dez casos são investigados em Vargem Alta, enquanto Castelo registra outros nove casos em análise. Os resultados devem sair em um prazo de 15 dias, mas o tratamento nos suspeitos de contaminação já foi iniciado.
"Quando o profissional médico suspeita da doença, imediatamente já começa ao tratamento. Quanto mais precoce o tratamento, melhor, por que em se tratando de leptospirose, pode evoluir para algo mais grave", explica Cristina Casagrande, enfermeira da Vigilância Epidemiológica de Castelo.
Um dos municípios que mais sofreu com a chuva, Iconha tem três casos da doença sendo investigados.
"Nós tínhamos quatro casos sob suspeita, em investigação. Um já foi descartado, e temos outros três em análise. O resultado deve sair nesta sexta-feira (07)", afirmou Fabriciano Muniz, secretário de saúde do município.
Também sem confirmação, o município de Muniz Freire teve um caso notificado na última terça-feira (04). De acordo com a Vigilância Epidemiológica do município, os exames estão em análise no laboratório e o resultado deve sair em até 15 dias.
Os sintomas podem aparecer entre 14 e 20 dias após o contato com a água contaminada. São eles: febre alta com calafrios, dores de cabeça e no corpo, com maior frequência nas pernas. Com o tempo, os olhos ainda podem ficar alaranjados.
Devido à existência dos vários tipos de "sorovar", as variáveis da bactéria, a leptospirose pode atingir a mesma pessoa mais de uma vez. É uma doença que pode levar a morte.
É preciso duas horas na água para haver contaminação. A bactéria tem a capacidade de "dissolver" a pele, que vai ficando mais frágil. A Leptospira funciona como um saca-rolhas, faz o mesmo movimento.
O tratamento deve ser realizado com antibióticos, que devem ser prescritos por um médico. É preciso procurar o pronto atendimento o mais rápido possível, assim que o paciente apresentar os sintomas. Segundo a infectologista Rúbia Miossi, o tempo de recuperação da doença é de no máximo sete dias.
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