Moradores e comerciantes de Iconha, no Sul do Espírito Santo, tentam se reerguer após a forte chuva que atingiu o município na última sexta-feira (17), deixando um cenário de destruição em toda a cidade. A reportagem de A Gazeta está no local e conversou com várias pessoas que relataram como foi vivenciar os momentos de terror, quando a água subiu rapidamente, entrou nas lojas e casas e saiu arrastando tudo que encontrava pela frente geladeiras, fogões e até automóveis.
Marinéia Almeida Machado é uma das comerciantes que perdeu tudo. Ela pegou o ponto de uma lanchonete famosa no local há 30 dias, e trabalhava normalmente na sexta-feira quando tudo começou. "Por volta das 19h, a Defesa Civil começou a avisar. Falaram que era pra gente correr, baixamos as portas e fomos para a igreja. Perdemos toda a mercadoria, freezer, foi tudo embora. Estamos desde domingo (19) tentando limpar, na luta, e vendo o que vamos fazer agora", lamentou.
A cidade foi invadida pela correnteza do rio Iconha na noite de sexta-feira (17). O nível da água subiu cerca de cinco metros, segundo a Defesa Civil, e saiu arrastando o que havia pela frente, inclusive veículos pesados. Quatro pessoas morreram no município. A cidade tem mais de 30 comunidades isoladas.
Roni Menegardo Mongim, morador e comerciante, também perdeu quase tudo exceto televisão, ar-condicionado e micro-ondas que estavam no alto. "Perdi uma cervejaria também. As panelas novas que eu usaria foram todas pra debaixo d'água. Até hoje, eu nunca tinha visto uma situação como essa aqui em Iconha", revelou.
Moradores do município estão desde a noite da última sexta-feira (17) sem serviços essenciais como banco, supermercados, mercearias e farmácias. Somente uma padaria funciona na cidade, além dos postos de doação e a Paróquia Santo Antônio de Pádua, em que voluntários trabalham diariamente para que os desabrigados recebam café da manhã, almoço e janta.
A moradora Margareth Rabelo também conversou com a reportagem de A Gazeta. A mulher, que relata estar com a mão cheia de calos de tanto puxar a lama, diz que a casa da sogra e das cunhadas foram muito afetadas. Ela agradeceu pelo apoio de todos os capixabas.
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