As aulas em Iconha, no Sul do Espírito Santo, tinham sido suspensas no início do mês de março, devido às chuvas que atingiram o município, e só foram retomadas nesta segunda-feira (9). No entanto, para alguns moradores do bairro Bom Destino, o primeiro dia de aula foi com um obstáculo bem desafiador.
No vídeo, enviado por um internauta de A Gazeta, é possível ver os alunos passando dentro do rio, onde antes havia a ponte de Bom Destino. A primeira estrutura foi derrubada pela enchente de janeiro e a segunda, que era a ponte provisória, foi destruída pelas chuvas de março.
A mãe de um aluno contou que o outro caminho para as crianças chegarem à escola demora mais de 40 minutos e elas estão sem transporte escolar.
A Prefeitura de Iconha informou que essa ponte em Bom Destino foi uma obra assumida para ser feita pelo governo do Estado e confirmou que o acesso provisório que havia sido feito também foi levado pela enchente da semana passada. A prefeitura buscou uma empresa para fazer o serviço e ele está programado para esta terça-feira.
Sobre o transporte escolar, a prefeitura disse que o carro teve problemas mecânicos e, por isso, não buscou os alunos, mas a prefeitura está providenciando a substituição do veículo.
As imagens são mais uma peça a formar o caleidoscópio das grandes calamidades cotidianas que assolam a população brasileira. E não há catástrofe prévia que justifique tanto descaso. Todos entendem que Iconha ainda sofre as consequências das chuvas. Mas alguma solução, qualquer que fosse, deveria ter sido encontrada com a proximidade do início das aulas, na segunda-feira (09). A prefeitura diz que a responsabilidade da reconstrução é do governo estadual, mas o que importa é o resultado visível da omissão estatal: crianças em risco, escalando as carcaças da ponte e atravessando o rio a pé. Ao menos o transporte escolar deveria ter sido disponibilizado, em caráter emergencial, para esses alunos. Nesta terça-feira (10), as providências começaram a ser tomadas, com a construção de uma travessia provisória. Tardiamente.
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