Já se passaram 30 dias desde que o município de Iconha, no Sul do Espírito Santo, foi devastado por uma forte enxurrada e nem tudo foi normalizado na cidade. Além das quatro mortes e um prejuízo de mais de R$ 200 milhões, uma família continua desabrigada e outras 784 estão desalojadas.
De acordo com a prefeitura do município, os prejuízos econômicos são nos setores públicos e privados. Só em unidades habitacionais foram mais de R$ 24 milhões. Na agricultura e pecuária, mais de R$ 6 milhões. Os setores de indústria, comércio e serviço ultrapassam os R$ 120 milhões de prejuízos.
Apesar de as aulas nas escolas da rede municipal terem começado nesta segunda-feira (17), o município ainda não conseguiu restabelecer todos os serviços públicos e alguns precisaram ser realocados, porque os locais continuam sem condições de uso.
Ainda segundo a prefeitura, algumas áreas, que foram mais afetadas, continuam em situação de maior emergência. No interior, são 11 comunidades: Campinho, Pedra Lisa Alta, Pedra Lisa Baixa, Palmital, Crubixá, Venezuela, São José, Santo Antônio, Duas Barras, Monte Belo e São Caetano. Já na sede, são os bairros de Bom Destino, Mesa Grande, Santa Luzia, Centro e Ilha do Coco.
De todo o comércio afetado, apenas 40% conseguiu voltar a funcionar. O pedido dos empresários, é que a ajuda financeira que o governo estadual prometeu, chegue quanto antes. Em relação à ajuda do governo, a gente não recebeu nada ainda. É muito difícil. Só consegui os financiamentos no banco com os recursos próprios. E a gente depende disso, porque ninguém tem um capital para fazer um investimento desse, disse o Elizeu João Carleti.
Para retomar com o negócio, ele conta com ajuda de amigos e com seu próprio trabalho. Eu consegui um balcão frigorífico com um amigo e um outro me deu um balcão de verdura. Como não podemos parar porque a gente depende disso pra sobreviver, a gente vai recomeçar na próxima semana com um mix de produtos bem menor do que a gente tinha antes, mas tem que tocar o barco.
O prefeito João Paganini disse que nesses 30 dias ainda estão trabalhando na limpeza da cidade e desobstrução de estradas na área rural, mas que também aguarda recursos do governo estadual. É muito triste ver o que virou Iconha, mas hoje já estamos melhor. Ainda estamos aguardando os recursos que até agora não chegaram. Mas acredito que vão fazer, porque sozinho o município não consegue. É muita coisa.
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O secretário de governo do Estado, Tyago Hoffmann, afirmou que o governo estadual vem apoiando todos os municípios que foram atingidos pelas fortes chuvas em janeiro deste ano, em especial, Iconha, Alfredo Chaves e Vargem Alta.
Esses três municípios estão sendo apoiados desde o primeiro dia. Nós fizemos um contrato emergencial de contratação de máquinas para fazer a limpeza das ruas, então, fora o serviço voluntário, por exemplo, nas ruas de Iconha, todo o serviço de máquina e equipamentos são realizados com recursos do governo estadual na ordem de R$ 2,5 milhões, fora isso, as máquinas também estão desobstruindo e reconstruindo estradas estaduais que cortam esses municípios".
Hoffmann disse também que o governo do Estado fez um anúncio robusto de liberação de recursos e, só para o município de Iconha, o recurso gira em torno de R$ 1 milhão. Basta que o município apresente a documentação, coisa que ainda não ocorreu. O governo do Estado está e continuará apoiando esses municípios, inclusive, contratando consultorias que estão fazendo a construção de planos que estão sendo enviados para o governo federal. O governo estadual está fazendo o seu papel nessas cidades", afirmou.
Em relação à linha de crédito, o Banestes informou por meio de nota que há linhas de crédito disponibilizadas pelo banco e pelo Bandes. Todas as linhas encontram-se ativas para contratação em nossa rede de agências, e tudo está funcionando bem. Até o presente momento, o Banestes já concedeu R$ 7,7 milhões, distribuídos em 192 operações de crédito, para a população dos municípios capixabas atingidos pelas enchentes. Especificamente na região de Iconha, a concessão de crédito nas linhas emergenciais já somam R$ 2,5 milhões, distribuídos em 54 operações, dentre pessoas físicas e jurídicas, disse o banco.
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