Em meio ao cenário de destruição e sujeira deixado pela chuva que atingiu cidades do Sul do Espírito Santo na sexta-feira (17), moradores e comerciantes contabilizam os prejuízos e tudo que foi perdido. Mas, para alguns fiéis, o desastre deixou para trás sinais que reforçaram a confiança no poder divino. Em alguns imóveis, os moradores garantem ter encontrado imagens de santas intactas, mesmo a após a passagem de uma enxurrada que arrastou móveis, carros e destruiu casas.
Debaixo de muita lama, a comerciante Raiani Paganini encontrou a imagem de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa inteira.
Quando a gente chegou aqui, que a gente viu o balcão todo destruído, não tinha nada em cima do balcão, só tinha lama, lama, lama. A gente foi apalpando o balcão e vendo se conseguia resgatar alguma coisa. A Nossa Senhora estava no meio da lama.
Para ela, só algo sobrenatural pode explicar como a imagem, tão pequena e frágil, resistiu à força da natureza.
Isso é demais, porque [a enxurrada] mexeu com um balcão super pesado, e uma imagem tão pequena a correnteza não levou. É conforto para a gente, para seguir em frente, para o município inteiro ter força de reconstruir, de ter fé que ela sempre está aqui e não desampara a gente, disse.
A aposentada Eliane Figueira e outras oito pessoas se abrigaram no telhado da casa onde moram, enquanto a água não parava de subir dentro da residência. Quando o volume baixou dentro do quarto dela, nada estava no lugar, a não ser o altar de Nossa Senhora de Fátima, segundo ela.
No distrito de Bom Destino, interior de Iconha, a comerciante Cláudia Bayerl também relatou uma experiência parecida. A água chegou quase no teto da casa, e a única coisa que ficou no lugar foi uma cruz.
Diante desses relatos, os mais religiosos não têm dúvidas de que contaram com uma proteção especial. Deus não desampara a gente. Ele sustenta, ele fica na sua vida. Pode ir tudo. Podem ir os bens materiais, mas ele fica. A presença dele, a presença de Nossa Senhora, ficam na nossa vida, concluiu Raiani.
Iconha foi um dos municípios mais afetados pelo chuva em todo o Espírito Santo. Junto com Vargem Alta, Alfredo Chaves e Rio Novo do Sul, a cidade está sob decreto de estado de calamidade pública.
Quatro das sete mortes provocadas pelas chuvas aconteceram no município, que tem mais de 1 mil pessoas fora de casa.
Por Mõnica Camolesi, da TV Gazeta
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