Uma força-tarefa de historiadores e pesquisadores do Acervo Público do Estado do Espírito Santo (Apees) e da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) irá, nesta quinta-feira (23), ao Centro Cultural Zoé Rodrigues, em Iconha, no Sul do estado, para tentar recuperar documentos importantes para a memória do município.
A forte chuva da última sexta-feira (17) no município e região fez o nível do rio Iconha subir cerca de cinco metros, inundando a cidade e invadindo o Centro Cultural com uma enxurrada de lama. Móveis, livros, documentos e fotografias que faziam parte do acervo foram perdidos.
O que se perde nessas tragédias são coisas irrecuperáveis. Os documentos são únicos, são muitas obras de arte, utensílios. Era um acervo magnífico que foi recolhido ao longo de muito tempo, tanto museológico, tanto de mobiliário, de obras de arte, documentos e livros que as famílias de Iconha doaram para compor aquele acervo, explicou Franceschetto.
Para o pesquisador do Arquivo Público Cilmar Franceschetto, que participará da força-tarefa e já esteve no local, tragédias como a que aconteceu em Iconha trazem danos irreparáveis para a história, com a perda de documentos irrecuperáveis.
Nessa terça-feira (21), voluntários tentaram limpar o Centro Cultural e salvar o que foi possível do acervo que guarda a memória do município.
É um trabalho árduo. É uma grande tragédia de perda de vida e material, perda de patrimônio e documentos e livros. Nosso trabalho é tentar recuperar o máximo de coisas e dizer que não está tudo perdido. E a gente vai lutar para recuperar o máximo dessas informações, afirmou.
O objetivo da força-tarefa que vai até o município é selecionar documentos que podem ser recuperados e levá-los para Vitória, onde será feito esse trabalho.
Dói muito no coração ver os livros sendo retirados pelos voluntários da lama com pás e enxadas, sendo carregados e sendo jogados fora. Esse momento precisa da atenção de todas as prefeituras e cartórios que tem um acervo histórico para guardar essa documentação toda fora da área de alagamento, proteger contra o incêndio e ter muito cuidado com essa documentação, alertou.
O pesquisador ainda chama atenção para prefeituras, cartórios e acervos privados, que guardam registros históricos, para a forma de armazenamento.
Para Cilmar Franceschetto, a destruição do material do local aumenta a importância da preservação da memória no Estado com a prevenção de acidentes.
Por causa da perda, o Acervo Público está fazendo uma campanha para arrecadação de livros de literatura para o Centro Cultural de Iconha. Quem quiser doar, pode levar os livros pode entregar nos seguintes locais:
Isso vai funcionar como um mata-borrão. Colocar um ventilador também ajuda a secar. Em último caso, a pessoa pode colocar o documento no sol. Isso é um processo cirúrgico, [o papel] nunca vai voltar a ser o que era antes, informou Cilmar.
O pesquisador ainda explicou que um documento ou um livro molhado podem ser recuperados se, de imediato, eles forem envolvidos com papel toalha entre as páginas.
Com informações do G1ES
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