Um grupo de médicos que trabalha atendendo pelo Sistema Único de Saúde (SUS), no hospital Santa Casa de Misericórdia de Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo, está com o pagamento atrasado. O último valor recebido, segundo os profissionais, foi uma parcela referente ao mês de novembro de 2019.
A informação é dos próprios médicos que não querem ser identificados, mas contaram que a média de atraso do pagamento é de três a quatro meses. Além disso, acrescentam que os vencimentos de novembro do ano passado foram pagos, recentemente, de forma parcelada.
Um dos médicos explicou que os profissionais que estão com o pagamento atrasado não são funcionários da entidade com carteira de trabalho assinada. Nós trabalhamos como pessoa jurídica, porque eles não assinam a carteira de todos os médicos, só de alguns. A gente acaba pagando para trabalhar, porque pagamos os impostos para ter o CNPJ.
O questionamento principal dos médicos é que apenas os profissionais que trabalham como pessoa jurídica estão sendo prejudicados com a falta do pagamento. A fala deles (do hospital) é que não tem dinheiro para pagar, porém, sabemos que alguns estão com os salários em dia, os que têm carteira assinada. Os plantonistas do pronto-socorro estão com os salários em dia. Esta semana foi paga a segunda metade de novembro. Quando eles pagam um mês, esse pagamento é dividido em duas parcelas, contou outro médico.
Além do pagamento referente ao mês trabalhado, os médicos têm o direito de receber por procedimentos realizados, é a chamada produção médica, mas eles afirmam que esse tipo de pagamento já está atrasado a mais de um ano. Outra coisa são as AIHs (Autorização de Internação Hospitalar), que são as cirurgias eletivas. Essas, tem dois anos que não recebemos da Santa Casa, ou seja, todo paciente que operamos, independente da especialidade, não ganhamos pelo procedimento, explicou um médico.
A Santa Casa de Misericórdia Cachoeiro informou, por nota, "que o pagamento de um grupo de médicos sofre atrasos por conta de dificuldades financeiras que o hospital atravessa devido aos valores repassados pelo SUS, que não são suficientes para cobrir as despesas dos serviços prestados.
No entanto, esclarece que, em comum acordo com a categoria, ficou definido que o pagamento da produção médica será feito assim que a instituição conseguir o refinanciamento da dívida do hospital. Essa transação já vem sendo articulada pela direção e deve ser concluída em breve.
Sobre os salários dos médicos, a instituição afirma que tem se esforçado para regularizar o pagamento o mais rápido possível, fazendo pagamentos parciais a cada mês, de acordo com o fluxo de caixa.
A instituição informou ainda, que os salários dos colaboradores estão em dia, bem como o recolhimento dos encargos sociais. Por fim, informa que a atual gestão tem adotado diversas medidas para a redução de gastos e reorganização financeira, mantendo o pagamento dos médicos plantonistas em dia.
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